O vereador Milton Neris foi escolhido na semana passada como pré-candidato a prefeito de Palmas pelo PDT, num processo seletivo interno que contou com a participação de outros interessados, como o presidente do Sindicato dos Servidores do Estado (Sisepe), Cleiton Pinheiro. Como o próprio presidente regional do partido, Jairo Mariano, havia afirmado à Coluna do CT, Neris disse que o diferencial foi que ele demonstrou “uma musculatura maior”.
Com as forças democráticas
No entanto, o vereador avisou no quadro Conversa de Política que quer manter diálogo com os outros pré-candidatos, como Cleiton Pinheiro, a quem chamou de “valoroso líder dessa cidade”, e outros. “Quero conversar com todas as forças democráticas da nossa cidade. Não temos nenhum tipo de preconceito, a não ser misturar com emblemas que não são bons, que não deram certo, figuras políticas que não conseguiram conquistar nossa cidade”, pontuou. “[Mas vai conversar com] Todos os outros que queiram contribuir para um projeto que faça a cidade crescer, sair dessa condição de estagnação, mudar sua realidade social. A cidade passa por um momento difícil”, avaliou.
Como um trator
Neris criticou o ex-prefeito Carlos Amastha, presidente regional do PSB, que disse que a definição de candidaturas de seu partido e do PDT — as duas siglas trabalham para estarem unidas nacionalmente —, nas capitais, passarão pelas executivas de Brasília dessas legendas. “O ex-prefeito tem essa característica de falastrão. Para ir para o partido conversamos com todas as instâncias. Não fomos escolhidos por ter conversado de cima para baixo. Esse cidadão [Amastha] deveria dialogar com os líderes partidários, mas faz política assim, como se fosse um trator passando por cima de todos”, reagiu o pedetista.
Política de vingança
Para o vereador, Amastha faz uma “política de vingança porque se sente traído”. “É problema do ex-gestor. Na verdade, quem foi traído foi a população, os eleitores que acreditaram nele. Largou a prefeitura sem uma explicação lógica, em função de um sonho pessoal. Não deu certo e agora quer colocar culpa em que deixou aí. Esse jabuti é dele. Acho que ele deveria pedir desculpas para Palmas e entender que não é mais candidato a prefeito”, afirmou sobre a renúncia do ex-prefeito em 2018 para disputar o governo do Tocantins. No lugar de Amastha ficou a então vice e atual prefeita, Cinthia Ribeiro (PSDB).
Candidatura laranja
Sem citar nomes, Neris ainda alfinetou a pré-candidatura do PSB, do vereador Tiago Andrino. Para o pedetista, Amastha colocou “uma candidatura laranja”. “Como se fosse um papagaio dele para repetir aquilo que ele pensa, diante de um projeto de vingança e de ódio. Não queremos participar disso. Eu me recuso a participar de um projeto de vingança. Eu quero discutir um projeto de Palmas”, avisou.
Não aglutina
Em relação ao fato de ter apoiado Cinthia no primeiro momento e rompido com ela no início do segundo semestre do ano passado, o pré-candidato do PDT justificou que o objetivo inicial era “dar a governabilidade que a prefeita precisava”. “Ela recebeu a prefeitura numa situação difícil financeiramente, não tinha um grupo e uma base consolidada na Câmara. Estava ajudando a prefeita governar. Agora projeto tem que ter grupo, é uma construção, e ela não demonstrou capacidade de construir, de aglutinar um grupo político”, avaliou Neris.
Grupos da cozinha e da casa
Para o vereador, a prefeita “tomou decisões equivocadas”. “Se preocupou muito mais em dar prioridade às suas relações pessoais, de grupos muito mais ligados à sua casa e à sua cozinha do que construir um grupo político forte nesta cidade, e esta responsabilidade é dela”, apontou.
Assista a seguir a íntegra da entrevista de Milton Neris ao quadro Conversa de Política: