O presidente da República, Jair Bolsonaro, fez um discurso de campanha nessa quarta-feira, 7, em Brasília – após o desfile militar do dia da Independência – e voltou a dizer que as eleições de outubro são uma “luta do bem contra o mal”, em uma referência ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Diferentemente do que fez no ano passado, quando atacou nominalmente o Supremo Tribunal Federal (STF) e deu a entender que daria um golpe, Bolsonaro focou em religião – dizendo que o Brasil é uma “pátria majoritariamente cristã” – e disse que o “povo” estava com ele.
“Pegamos o país à beira do abismo, atolado em corrupção e desmando. Demos uma nova vida a essa Esplanada dos Ministérios. Começamos a mudar o nosso Brasil. Veio a pandemia, lamentamos as mortes, veio a errada política do fique em casa, enfrentamos consequências de uma guerra lá fora, e o Brasil ressurgiu”, disse citando dados econômicos, mas sem citar os escândalos de denúncias contra ministros de seu governo.
“A vontade do povo se fará presente no dia 2 de outubro. Vamos todos votar, vamos convencer os que pensam diferente de nós”, adicionou.
Após essa fala, em um momento misógino, disse que era possível “comparar todos os dados”, inclusive “comparar as primeiras-damas e que a Michelle é cristã” e “uma princesa”.
Nesse momento, inclusive, ele puxou o termo “imbroxável” com seus apoiadores. Bolsonaro ainda deu um beijo em Michelle, que estava ao lado dele e do empresário Luciano Hang – investigado pela Polícia Federal.
O mandatário disse que a população hoje “conhece o poder Executivo, o Senado, a Câmara e o Supremo” e que “todos têm a obrigação de jogar dentro das quatro linhas da Constituição”.
“Com a reeleição, vamos puxar pra dentro das quatro linhas aqueles que querem jogar fora”, acrescentou.
Bolsonaro ainda atacou o Instituto Datafolha e chamou a organização de “mentirosa”. As pesquisas eleitorais mostram que Lula lidera com folga a corrida eleitoral, com chances até de vitória em primeiro turno. Segundo a última divulgação, o petista tem 45% das intenções de voto e Bolsonaro tem 32%.