Estimados leitores e leitoras! Tudo bem com vocês? Já tiraram do armário as camisetas e outros adereços da seleção brasileira? O verde, amarelo, azul e branco voltarão para as ruas. Tem gente fazendo campanha contra nossa seleção brasileira. Não adianta, o Brasil é o país do futebol. Com tanto desemprego e crimes, a seleção brasileira é um balsamo para os brasileiros mais simples. O sonho com mais um título mundial, transforma tristeza em alegria e o ódio, em amor. Todos com um só objetivo: sermos campeões mundiais de futebol mais uma vez. Me desculpem quem não gosta de futebol, mas jogo da seleção é uma das poucas coisas que agrega o povo brasileiro de norte a sul e de leste a oeste.
O segundo turno da eleição suplementar acontece daqui a poucos dias. No primeiro turno, o resultado final demonstrou que o ancião (aquele que foi destratado e humilhado por um dos candidatos) e os políticos vagabundos, saíram vencedores. Acredito que isto demonstra o respeito e admiração dos eleitores tocantinenses pelos políticos que fizeram história neste Estado.
O resultado também mostra que difamar, injuriar e agredir verbalmente os políticos tradicionais e as lideranças locais das cidades do interior do Tocantins, causa um estrago enorme no número de votos de qualquer candidato agressor. Quem não conhece a história do Tocantins, não sabe o tanto que o seu povo sofreu. Não havia estradas pavimentadas, não havia hospitais de qualidade, não havia universidades, não havia poderes constituídos, não havia voos regulares, não havia hidrelétricas, não havia pontes, não havia Palmas, enfim, só havia grandes fazendas de gado que eram de proprietários que moravam no atual Estado de Goiás.
[bs-quote quote=”O povo sabe diferenciar o joio do trigo e respeita quem tem história e serviços prestados neste Estado” style=”default” align=”right” author_name=”TADEU ZERBINI” author_job=”É economista e consultor” author_avatar=”https://clebertoledo.com.br/wp-content/uploads/2018/04/TadeuZerbini60.jpg”][/bs-quote]
Que história é esta de político novo ou político velho, de nova política e de política velha. Político e política sempre foram velhos, desde que o mundo é mundo. E esta história de ficha limpa? O discurso de ficha limpa também não cola em eleição, pelo simples fato de que quando os tribunais eleitorais permitem a participação de determinado candidato em eleição, ele tem que ser ficha limpa. No caso da eleição suplementar, o TRE concordou que todos os candidatos eram ficha limpa. Ser investigado, ser processado e condenado em primeira instância não caracteriza que o candidato seja ficha suja. Conforme a Lei Complementar nº 135 de 2010 (Lei da ficha limpa), só se é ficha suja se houver condenação em processos criminais em segunda instância, cassação ou que haja renúncia de político para evitar a cassação, entre outros critérios.
Resumindo, se um ancião quiser ser candidato ao senado e se não for ficha suja, quem o pode proibir? Será que um candidato mais jovem tem mais experiência e sabedoria do que um ancião. No mundo antigo os anciões eram referências para os mais jovens e em muitos países, estados e cidades havia o conselho dos anciões para conduzir o povo. Será que um candidato mais jovem, com mais conhecimento e saúde é melhor do que um ancião que já amenizou o sofrimento de milhares de pessoas que moravam em casas cobertas com palhas e com paredes de adobe? Será que um candidato jovem teria a sabedoria suficiente para saber do que um povo precisa e quais suas prioridades.
Pois é, o resultado até agora da eleição suplementar e as projeções para o resultado do segundo turno, deixam muito claro que o ancião e os vagabundos do Estado do Tocantins conseguiram 70% dos votos. Acredito que 70% dos eleitores não concordam com aquele candidato que humilha e destrata um ancião e chama todos os políticos de vagabundos, com algumas exceções.
Todos os candidatos tiveram em suas equipes pessoas que já participaram de outras eleições e que já desempenharam cargos políticos em gestões anteriores. O eleitor não quer saber quem é mais bonito ou mais feio, quem é limpo ou sujo ou quem é tocantinense ou quem não é. O povo quer é político que trabalhe, que inove, que resolva os problemas, que não roube e que cuide dos mais necessitados. Promessas de indústrias, grandes empresas e grandes negócios no Estado do Tocantins, depois da crise internacional e desta crise política e econômica brasileira, não serão materializadas tão cedo. O Tocantins precisa de um governador que pense no futuro. Que faça um planejamento de longo prazo para transformar ainda mais as condições econômicas e sociais do seu povo. A maioria da população do Estado do Tocantins é considera pobre e outra grande parte está abaixo da linha de pobreza.
Esta discussão de ficha limpa, ficha suja, velho e novo já encheu o saco. Os ataques entre os candidatos também. O povo quer propostas que acabe com a miséria no Tocantins. O povo quer é emprego ou renda. O povo quer respeito e consideração. O povo quer mais trabalho e menos demagogia. O povo quer ser feliz. O povo só quer seus direitos respeitados. Um governo não é feito de uma pessoa só. Governo envolve uma quantidade enorme de pessoas qualificadas e engajadas para um bem comum. Um governador sem a Assembleia Legislativa não vai a lugar nenhum. A política é feita em grupos e não na individualidade. Até jesus teve que caminhar com seus apóstolos.
Mas agora, quero falar com o ancião. Como o senhor está? Saúde em ordem? Sorrindo muito depois da primeira vitória? Agradecendo a Deus e aos tocantinenses que o respeitam pelo resultado alcançado? Pronto para lançar a candidatura ao senado? O povo sabe diferenciar o joio do trigo e respeita quem tem história e serviços prestados neste Estado.
Quanto aos chamados de vagabundos, acredito que quem tem que se pronunciar é o povo. E o povo vai se pronunciar plenamente no mês de outubro. Vamos aguardar para ver. De qualquer forma esta eleição suplementar e a que vier em outubro, estão e serão judicializadas, e o povo, no futuro, pode ser penalizado mais uma vez. Afinal este é o Estado da difícil iniciativa e da injustiça social.
TADEU ZERBINI
É economista, especialista em Gestão Pública, professor e consultor
ctzl@uol.com.br