Estimados leitores e leitoras! Tudo bem com vocês? O que vocês acharam do resultado do 1º turno da eleição suplementar no nosso Estado? O meu patrão, Cleber Toledo, tem razão em não divulgar pesquisas eleitorais. Ficou claro para todo mundo que as pesquisas apresentadas não serviram para nada. Minto, serviram para confundir a cabeça do eleitor. A continuação dos métodos tradicionais para realização de pesquisas eleitorais devem ser revistos. O TSE deveria normatizar e uniformizar a metodologia, para que não haja tanta distorção.
O Tocantins tem 1.018.329 eleitores e, em 1989, tinha 464.060. Da criação do Estado para cá, houve um aumento de aproximadamente 120%. O resultado final da eleição, por candidato, foi assim: Mauro Carlesse (PHS) – 174.275, Vicentinho Alves (PR) – 127.758, Carlos Amastha (PSB) – 123.103, Kátia Abreu (PDT) – 90.033, Márlon Reis (REDE) – 56.952, Marcos Souza (PRTB) – 2.794 e Mário Lúcio Avelar (PSOL) – 3.862 (votos não computados).
[bs-quote quote=”Então, mesmo que os senhores e as senhoras votem em um candidato que pode vir a desapontar, daqui a quatro meses os senhores e as senhoras podem optar por outro” style=”default” align=”right” author_name=”TADEU ZERBINI” author_job=”É economista e consultor” author_avatar=”https://clebertoledo.com.br/wp-content/uploads/2018/04/TadeuZerbini60.jpg”][/bs-quote]
Os votos nulos somaram -121.877, votos em branco – 14.660 e abstenção – 306.877, que totalizam 443.414 votos. O total de votos dados aos candidatos somaram 578.777. Do total de 1.018.329 eleitores aptos a votar, 711.452 compareceram às urnas, o que representa 69,86% do total.
Agora, fazendo uma análise simples, podemos concluir que o candidato que obteve mais votos (Mauro Carlesse), no total de 174.275, o que representou somente 17,11% do total de eleitores (1.018.329). O segundo colocado (Vicentinho), com 127.758 votos, representou somente 12,54% dos eleitores.
Como os senhores e as senhoras podem ver, não existe representatividade política dos dois candidatos. Poucos tocantinenses vão eleger um governador.
E por quê?
Respondo me lembrando de uma passagem bíblica que diz o seguinte: “Conheço as suas obras, sei que você não é frio nem quente. Melhor seria que você fosse frio ou quente! Assim, porque você é morno, não é frio nem quente, estou a ponto de vomitá-lo da minha boca”. Esta passagem encaixa perfeitamente na decisão dos eleitores que não foram às urnas, os que votaram nulo e os que votaram em branco. A democracia foi exercida em sua plenitude, mas o futuro do Tocantins, mais uma vez, fica prejudicado. A omissão, a raiva e a intolerância dos eleitores acabam por beneficiar políticos sem representatividade. Devemos deixar de sermos mornos e devemos tomar partido de algum candidato, pois só assim podemos cobrar resultados de interesse da população. Com o resultado da votação do segundo turno da mesma forma que o do primeiro, será eleito um candidato sem compromisso nenhum com a maioria da população. Vai beneficiar somente o grupo que o elegeu.
O povo tocantinense está vivendo tempos de angústia. Se correr o bicho pega, se ficar o bicho come. Assim como o apocalipse bíblico, as trombetas estão sendo tocadas a muito tempo, alertando que está passando da hora do povo tocantinense ser responsável e escolher um futuro melhor para si e para as próximas gerações. Ser omisso, permite que os mais determinados ocupem posições estratégicas na sociedade e que vão governar aqueles que estão em cima do muro. Alertai povo tocantinense.
O vencedor do segundo turno da eleição suplementar se dará entre Carlesse e Vicentinho. Mas esta eleição suplementar elegerá o governador para exercer a atividade até 31 de dezembro deste ano.
Em outubro teremos outra eleição, que é chamada de eleições gerais porque se elegerá o presidente da República, governadores, senadores, deputados federais e deputados estaduais e distritais. Então, mesmo que os senhores e as senhoras votem em um candidato que pode vir a desapontar, daqui a quatro meses os senhores e as senhoras podem optar por outro.
O Tocantins vem enfrentando um verdadeiro apocalipse político nos últimos dez anos. Está na hora de mudar, porque quem for eleito terá a responsabilidade, não só política, mas também as responsabilidades econômicas e sociais. As políticas públicas são destinadas à toda população e a escolha do governador é importante para que essas políticas públicas atendam, principalmente os mais necessitados.
Sua participação nas eleições é de fundamental importância para a democracia e para a cidadania plena. Reflita.
TADEU ZERBINI
É economista, especialista em Gestão Pública, professor e consultor
ctzl@uol.com.br