Presidentes da Comissão de Relações Exteriores do Senado e Câmara, respectivamente, a senadora Kátia Abreu (Progressistas) e o deputado Aécio Neves (PSDB-MG) formalizaram nesta quinta-feira, 22, um pedido de apoio ao presidente da Aliança Global para as Vacinas (Gavi), Durão Barroso, para que o Brasil seja beneficiado com mais doses contra a Covid-19.
Grupo prioritário ainda longe da vacinação
Kátia Abreu relatou a preocupação com o anúncio do Ministério da Saúde (MS) de que apenas em setembro será possível completar a vacinação do grupo prioritário no Brasil, que soma 77 milhões de pessoas. “Ainda necessitamos de 50 milhões de doses para completarmos a vacinação desse grupo, que representa um terço da nossa população”, reforçou. A senadora também indicou que o País tem “interesse” e “plenas condições” de ser o laboratório da América Latina para fabricação de vacinas contra a Covid-19.
Não está fácil
Na ocasião, Durão Barroso incentivou o Brasil a liderar, no âmbito do G-20, esforço pelo compartilhamento de doses por parte dos países ricos detentores de patentes e de estoques de vacinas em benefício da comunidade internacional. O presidente da Aliança Global disse ter apelado a favor dos brasileiros junto ao COVAX Facility, programa da Organização das Nações Unidas (ONU), mas reforçou que o cenário atual “não está fácil”. As dificuldades de produção e exportação de insumos e vacinas foram agravadas pela piora do quadro epidemiológico na Índia, principal fornecedor de doses.
Acordos de transferência de tecnologia
A respeito da quebra de patentes, o presidente da GAVI afirmou que a opção “mais eficaz e eficiente” seria investir em acordos de transferência de tecnologia. Durão Barroso sublinhou que tais acordos seriam vantajosos para o Brasil – já que o país conta com capacidade industrial e conhecimento – e colocou a Aliança à disposição para intermediar contatos com a indústria farmacêutica. Kátia Abreu disse esperar que os acordos sejam implementados o quanto antes, inclusive com apoio da OMS.