Ex-secretária da Saúde de Dueré e nome do Paço para suceder o prefeito Valdení Carvalho, Mariana Coelho (ex-MDB) afirma que teve a pré-candidatura minada no Partido Social Democrata (PSD) devido a um suposto acordo firmado entre o senador Irajá Silvestre, que é oposição ao Palácio Araguaia, e o vice-governador Laurez Moreira (PDT).
ACORDO ENTRE LAUREZ E IRAJÁ
Antes no MDB, Mariana Coelho teve de buscar outro destino para levar a pré-candidatura. O PDT optou por indicar Dida Moreira, irmão do vice-governador, para concorrer à prefeitura. O destino escolhido por Mariana foi a sigla presidida por Irajá, mas a ex-secretária conta que foi surpreendida. “Estava tudo certo para minha filiação no PSD. Mas minha tia, a vereadora Vera Leal, recebeu uma ligação nos 45 minutos do 2º tempo dizendo que ele [Irajá] tinha um acordo com Laurez, que era para eu retirar minha pré-candidatura e que eu não teria mais a legenda. O pior foi saber que houve uma conversa entre Irajá e o vice-governador para que meu nome fosse tirado da disputa”, afirma.
DECEPÇÃO
A situação gerou críticas de Mariana Coelho. “É natural que o vice-governador apoie alguém da sua família. Já esperávamos por isso, pois faz parte do processo. Agora, articular com a maior oposição do nosso governador [Wanderlei Barbosa, Republicanos] é o que me deixou mais decepcionada. Uma coisa sou eu, pré-candidata em Dueré tentando viabilizar uma candidatura. Outra coisa é o braço direito do governador se aliando a quem bate no governo todos os dias. Tudo tem limite”, disparou.
PARTIDO LIBERAL FOI O DESTINO
Sem o PSD como opção, Mariana Coelho afirma que conseguiu o Partido Liberal (PL) para abrigar sua pré-candidatura após contato com o senador Eduardo Gomes (PL) e com a deputada Janad Valcari (PL). O prefeito Valdení Carvalho e todo o grupo do Paço também seguiram para a sigla. “Sempre tivemos uma boa relação com o Senador Eduardo Gomes e com a Janad e diante do cenário que foi se desenhando dentro do município, todos de forma conjunta nos estenderam a mão. Não tenho como agradecer o tamanho desse gesto. O que queremos é oportunizar para o povo de Dueré novas possibilidades. A disputa deve ser feita com o voto popular, não no tapetão e fazendo alianças com adversários da própria gestão, como fez Laurez. Espero que o governador esteja ciente disso. Se o vice está fazendo isso em Dueré o que não pode estar fazendo em outros lugares, né?”, provocou.
Procurados, nem Irajá, nem Laurez se manifestaram sobre o caso. Aliados do vice-governador, contudo, disseram em off à Coluna do CT que nunca existiu qualquer diálogo entre ele e o senador.