A crise da saúde no Estado levou a prefeita de Palmas, Cinthia Ribeiro (PSDB), a fazer como seu antecessor, Carlos Amastha (PSB): virar sua artilharia contra o Palácio Araguaia. Material distribuído por sua assessoria fala em “caos instalado na saúde do Estado”, que diz ter sido agravada nos últimos dias sobrecarregando o atendimento nas unidades mantidas pela Prefeitura de Palmas. “UPA Norte lotada. Sete médicos atendendo, mas a demanda é grande, principalmente porque [os hospitais] de Paraíso e Porto Nacional estão com os [prontos-socorros] fechados. Algumas mães chegando com suas crianças sem atendimento no Hospital Infantil desesperadas pela inércia de quem deveria receber”, publicou a gestora em suas redes sociais.
De acordo com o material da assessoria da prefeita, sem atendimento em unidades estaduais como os hospitais regionais, o Infantil e o Hospital Geral de Palmas (HGP), “de responsabilidade do governo do Estado” — frisa a nota da assessoria de Cinthia —, os pacientes procuram as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), mantidas pela prefeitura.
A assessoria da prefeita ressalta que a crise no setor começou após vários médicos pedirem demissão, conforme apurado pela imprensa, por discordarem das escalas feitas pela Secretaria de Saúde do Estado. A nota ainda destaca: “Instituições como o Tribunal de Contas do Estado (TCE), Defensoria Pública Estadual (DPE-TO) e Ministério Público Estadual (MPE) atuam no problema e buscam fazer com que o Estado regularize a situação”.
De acordo com a nota, a prefeita de Palmas pediu paciência e compreensão dos cidadãos palmenses e de outras cidades que, “com a ineficácia do sistema de saúde estadual”, diz o texto, buscam o atendimento no município. “Obviamente, por questão humana e também legal, iremos atender a todos. Nossos valorosos servidores da saúde têm feito de tudo para prestar um serviço de qualidade. Vamos atender, sem dúvida. Porém, peço a todos que tenham um pouco de paciência e entendam este momento. Assumimos uma responsabilidade que é do Estado”, afirma Cinthia.
Não procede
Em nota, a Secretaria Estadual de Saúde (Sesau) afirmou que “não procede a informação de unidades hospitalares fechadas no Estado”. “Todas as unidades hospitalares geridas pelo Executivo Estadual seguem com fluxo normal de atendimentos, com escala médica cumprida conforme determina a legislação vigente e disponível para conferência do cidadão, por meio do portal oficial da pasta, na internet”, diz a nota.
De acordo com a Sesau, os hospitais estaduais, “responsáveis pela média e alta complexidade, sempre trabalham com superlotação, por não negar atendimento à população, que inicialmente deve procurar as Unidades Básicas de Saúde (UBS) e as Unidades de Pronto Atendimento (UPA), responsáveis pelos atendimentos iniciais”.
A secretaria ainda reforça que “está trabalhando diuturnamente para garantir um atendimento humanizado e digno aos usuários do SUS”. “Para tanto, a SES tem assegurado junto ao Judiciário a permanência dos profissionais médicos e mantém os estoques de medicamentos e insumos abastecidos”, ressalta a nota.
Confira a seguir a íntegra:
“Nota de esclarecimento
A Secretaria de Estado da Saúde (SES) informa que não procede a informação de unidades hospitalares fechadas no Estado. Todas as unidades hospitalares geridas pelo Executivo Estadual seguem com fluxo normal de atendimentos, com escala médica cumprida conforme determina a legislação vigente e disponível para conferência do cidadão, por meio do portal oficial da pasta, na internet (www.saude.to.gov.br).
A SES destaca que por serem unidades portas abertas do Sistema Único de Saúde (SUS), os hospitais estaduais, responsáveis pela média e alta complexidade, sempre trabalham com superlotação, por não negar atendimento à população, que inicialmente deve procurar as Unidades Básicas de Saúde (UBS) e as Unidades de Pronto Atendimento (UPA), responsáveis pelos atendimentos iniciais.
A SES reforça à população que está trabalhando diuturnamente para garantir um atendimento humanizado e digno aos usuários do SUS. Para tanto, a SES tem assegurado junto ao Judiciário a permanência dos profissionais médicos e mantém os estoques de medicamentos e insumos abastecidos.
Secretaria de Estado da Saúde
Palmas, 4 de março de 2019″.