Em meio à briga que trava com o bolsonarismo no partido, o presidente do PSL e deputado federal Luciano Bivar (PE) foi um dos alvos da Operação Guinhol, deflagrada nesta terça-feira, 15, pela Polícia Federal (PF). Mandados de busca e apreensão, autorizados pelo Tribunal Regional Eleitoral de Pernambuco (TRE-PE), foram cumpridos em endereços residenciais e comerciais do parlamentar, como sua casa em Jaboatão dos Guararapes (PE).
Crimes eleitorais
Segundo a PF, o objetivo é buscar provas que possam ajudar na investigação de supostos crimes eleitorais praticados por integrantes do PSL. A suspeita é que os investigados teriam “ocultado/disfarçado/omitido movimentações de recursos financeiros oriundos do Fundo Partidário, especialmente os destinados às candidaturas de mulheres, após verificação preliminar de informações que foram fartamente difundidas pelos órgãos de imprensa nacional”.
Quase dois meses para autorizar
Conforme o site do jornal Folha de S.Paulo, a operação demorou quase dois meses para ser autorizada pela Justiça. O aval foi dado pela segunda instância nessa segunda-feira, 14, quando seis dos sete juízes do TRE-PE concordaram com o pedido da PF e do Ministério Público —um dos juízes foi contra, informa o jornal. A Folha disse que o inquérito foi aberto em março, após reportagens dela revelarem um suposto esquema de laranjas do partido.
Fora de contexto
Bivar ainda não se manifestou sobre a ação policial. Seu advogado, Ademar Rigueira, divulgou nota em que afirma que a operação está “fora de contexto”. Na nota, Rigueira acrescenta que o inquérito que investiga as suspeitas de uso indevido dos recursos do Fundo Partidário já se estende há dez meses, sem que, segundo ele, as autoridades tenham encontrado indícios de fraude no processo eleitoral. “A busca [e apreensão de documentos] é uma inversão da lógica da investigação, vista com muita estranheza pelo escritório [de defesa], principalmente por se vivenciar um momento de turbulência política”, diz ainda Rigueira, na nota.
Marionete
O nome da Operação Guinhol faz referência a um marionete, personagem do teatro de fantoches criado no século 19, diante da possibilidade de candidatas terem sido utilizadas exclusivamente para movimentar transações financeiras escusas. (Com informações da Agência Brasil)