Sem a possibilidade de receber doações de empresas, os partidos políticos terão como principal fonte de financiamento de campanha o fundo eleitoral, calculado em R$ 1,7 bilhão para o pleito deste ano. Com as maiores bancadas no Congresso Nacional, MDB, PT, PSDB, PSB e Progressistas são as legendas que receberão a maior quantidade deste recurso. Ao G1, estas agremiações indicam que políticos com mandato terão prioridade.
Segundo levantamento do G1, juntos esses partidos têm 236 deputados, 46% das 513 cadeiras da Câmara. No Senado, as mesmas cinco legendas somam 48 senadores, 59% dos 81 assentos da Casa. Na avaliação de cientistas políticos consultados pelo veículo, o foco de recursos nestes parlamentares dificulta a renovação. Por determinação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), 30% dos recursos do fundo são reservados para as campanhas de mulheres.
Confira abaixo o levantamento do orçamento dos cinco maiores partidos feito pelo G1:
MDB, segundo a assessoria:
- Senadores com mandato: R$ 2 milhões para cada um;
- Deputados com mandato: R$ 1,5 milhão para cada um;
- Campanhas de mulheres: R$ 69,6 milhões;
- R$ 54 milhões serão divididos segundo critérios previstos no estatuto do MDB.
* O partido diz que o restante será distribuído “de acordo com o desenrolar da eleição”.
PT, segundo resolução do partido:
- Campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência;
- Campanha de deputados e deputadas federais, priorizando os candidatos à reeleição e aqueles com viabilidade eleitoral;
- Campanha de senadores e senadoras, priorizando os candidatos à reeleição e aqueles com viabilidade eleitoral;
- Campanha para reeleição e eleição de governadores e governadoras, priorizando os cinco estados já governados pelo PT e demais que possam ter viabilidade eleitoral.
* O G1 procurou o partido para saber os valores, mas não obteve resposta até a publicação desta reportagem.
PSDB, segundo o partido:
- R$ 43 milhões: 13 pré-candidatos ao Senado e 14 pré-candidatos a governador;
- R$ 43 milhões: campanha do ex-governador Geraldo Alckmin à Presidência;
- R$ 43 milhões: candidatos a deputados distritais e federais.
- R$ 55 milhões: candidaturas femininas.
Progressistas, segundo resolução do partido:
- Deputado federal candidato à reeleição: R$ 2 milhões*;
- Governador: valor equivalente a 50% do teto de gastos da campanha estipulado em lei. Ou seja, serão destinados de R$ 1,4 milhão a R$ 10,5 milhões, dependendo do estado;
- Senador candidato à reeleição: R$ 3 milhões;
- Deputado federal candidato a deputado estadual: R$ 1 milhão*;
- Deputado estadual candidato a reeleição: R$ 100 mil;
- R$ 39,3 milhões, no mínimo, para campanhas de mulheres.
*Os valores podem ser acrescidos ou descontados de acordo com o posicionamento do candidato na votação de projetos em que o partido fechou questão.
PSB, segundo resolução do partido:
- 55% dos recursos: campanhas de deputado federal/estadual/distrital;
- 45% dos recursos: campanhas de governador, senador e vice-presidente da República, se for o caso;
- 5% dos recursos: contingenciados para utilização no segundo turno;
- O fundo será distribuído proporcionalmente ao número de candidaturas de cada sexo, sendo que 30% dos recursos serão reservados ao sexo com menor percentual de candidatos.