O Partido Verde (PV) do Tocantins anunciou por meio de carta nesta quarta-feira, 25, que foi dado início ao processo de aliança para apoiar a pré-candidatura de Márlon Reis (Rede) ao governo do Estado, decisão que julga ser “uma das mais acertadas”. Segundo o documento, os pevistas Meire Carreira e Gustavo Gama vão elaborar junto com os dirigentes do Rede Edmilson Júnior e Rafila Castro os termos para a finalização do acordo político.
Na carta, o partido argumenta que o resultado da eleição suplementar de junho deu “um recado”. “Entendemos que o Tocantins vive um ciclo de renovação política que emergiu da vontade do povo. Mantendo seu papel de vanguarda no cenário político do Tocantins, o PV decidiu contribuir, ajudando a escrever essa nova história política que está surgindo no nosso Estado”, anota.
O pleito suplementar para o governo do Estado foi marcado pelo alto índice de abstenção. 30,14% do eleitorado, ou 306 mil pessoas não compareceram às urnas no primeiro turno. Ainda foram computados 14.660 votos em branco [2,06% do total] e 121.877 votos nulos [17,13%]. No segundo turno as abstenções chegaram a 355.032 eleitores [34,86% do total]. Os votos nulos e brancos também cresceram: 155.627 e 17.209, respectivamente.
Apesar da rejeição ao cenário político pelos eleitores, Márlon Reis foi a surpresa da eleição suplementar. O advogado encerrou o primeiro turno do pleito com 56.952 votos, o equivalente 9,91% dos válidos; isto com uma candidatura de chapa pura e com menos de 10 segundos de programa eleitoral. O potencial foi observado pelo Partido Verde.
Para além do potencial eleitoral, os pevistas argumentam que somente o postulante do Rede Sustentabilidade representa renovação política. “Essa decisão [de apoio] nasce do entendimento claro do PV de que Márlon Reis é o único entre os pré-candidatos com capacidade profissional e ética para recuperar nosso Estado e dar início a essa nova fase da história político-administrativa do Tocantins”, justificou a legenda na carta.
“Equívocos do passado”
O Partido Verde ainda reserva parte da carta para reconhecer “equívocos do passado”, citando apenas a inelegibilidade de Marcelo Lelis causada pelo o que chamou de “erro na prestação de contas da campanha de 2012”. O ex-deputado estadual e membro da executiva nacional pevista foi condenado pela Justiça Eleitoral por abuso de poder econômico na eleição pela Prefeitura de Palmas.
De acordo com a legenda, apesar da condenação, Marcelo Lelis decidiu “cumprir integralmente a sentença. “Por entender que era essa a coisa certa a ser feita. O PV reconhece o fato e apresentou à sociedade sua maior demonstração de arrependimento, cumprindo a determinação da Justiça sem questionar, nem tentar burlar o que o judiciário decidiu”, acrescentou ainda a carta do partido.
“Depois de curadas as feridas, o PV está pronto para reescrever sua trajetória e ajudar também a escrever uma nova página da história do Tocantins”, acrescenta após narrar o episódio de Marcelo Lelis. “Vamos formar uma grande frente pelo bem do nosso Estado e dar início a uma nova história político-administrativa no nosso amado Tocantins”, encerra o partido.
Leia a íntegra:
“CARTA DO PV AO POVO DO TOCANTINS
No momento em que se afunilam as articulações políticas visando à eleição de outubro, o Partido Verde vem falar a seus filiados, simpatizantes e a todo o povo tocantinense sobre um fato de enorme importância que é o futuro do nosso Estado.
As urnas deram um recado na última eleição e o PV, atento aos apelos populares, reuniu seus dirigentes e decidiu tomar um novo rumo. Entendemos que o Tocantins vive um ciclo de renovação política que emergiu da vontade do povo. Mantendo seu papel de vanguarda no cenário político do Tocantins, o PV decidiu contribuir, ajudando a escrever essa nova história política que está surgindo no nosso Estado.
Reconhecemos os equívocos do passado. Um deles, a cassação dos direitos políticos de um de nossos maiores líderes partidários, o ex-deputado estadual hoje membro da executiva nacional do PV, Marcelo Lelis, que apesar de 25 anos de vida pública não responde a nenhum processo, foi condenado a ficar 8 anos sem disputar uma eleição por um erro na prestação de contas da campanha de 2012. Uma decisão que cabia recurso, mas que Marcelo Lelis decidiu cumprir integralmente, sem reclamar, por entender que era essa a coisa certa a ser feita. O PV reconhece o fato e apresentou à sociedade sua maior demonstração de arrependimento, cumprindo a determinação da Justiça sem questionar, nem tentar burlar o que o judiciário decidiu.
Depois de curadas as feridas, o PV está pronto para reescrever sua trajetória e ajudar também a escrever uma nova página da história do Tocantins. Por isso, sinaliza para uma nova direção, que julga ser uma das mais acertadas já definidas pelo partido que é dar início ao processo de aliança para apoiar a pré-candidatura a Governador do Tocantins de Márlon Reis.
Essa decisão nasce do entendimento claro do PV de que Márlon Reis é o único entre os pré-candidatos com capacidade profissional e ética para recuperar nosso Estado e dar início a essa nova fase da história político-administrativa do Tocantins. Estamos convictos de nossa decisão. Por isso, destacamos nossos dirigentes Meire Carreira e Gustavo Gama para junto com os dirigentes da Rede, Edmilson Júnior e Rafila Castro, elaborarem os termos para a finalização desse acordo político pelo bem do nosso Estado.
Essa formalidade é uma demonstração desse novo momento, em que as propostas programáticas para o futuro do Tocantins são o ponto de convergência, sobrepondo-se de grande maneira aos interesses pessoais. É dessa forma que vamos formar uma grande frente pelo bem do nosso Estado e dar início a uma nova história político-administrativa no nosso amado Tocantins.
DIREÇÃO DO PARTIDO VERDE DO TOCANTINS”