O processo eleitoral tocantinense teve na noite desta terça-feira, 27, o último debate entre candidatos a governador antes do pleito de domingo, 2. Realizado pela TV Anhanguera, o senador Irajá Silvestre (PSD), Ronaldo Dimas (PL), Paulo Mourão (PT) e Karol Chaves (Psol) estiveram presentes. O atual chefe do Poder Executivo, Wanderlei Barbosa (Republicanos), foi o único dos convidados que não compareceu. “Lamentamos a ausência involuntária em função do conflito de agenda de campanha”, justificou à emissora. Dos três eventos realizados por canais de televisão, o republicano participou apenas do primeiro.
DEBATE PERMITIU UMA PERGUNTA AO FALTOSO E DIMAS PROVOCOU
A dinâmica do debate permitiu que o convidado faltoso fosse interpelado pelo menos uma vez. Primeiro sorteado, Ronaldo Dimas (PL) aproveitou para criticar o governador, a quem se referiu como “tampão”. O liberal provocou o republicano ao questionar a manutenção de parte da equipe do antecessor, Mauro Carlesse (Agir), que renunciou após ser alvo de operações da Polícia Federal (PF). “É receio de delação?”, interpelou.
MAIS UMA AIJE
Entretanto, a pergunta efetiva de Dimas foi para Irajá, em relação a Ação de Investigação Judicial Eleitoral (Aije) sobre contratos temporários. “Wanderlei Barbosa, o tampão, que só aparece em eleição, é candidato encurralado pela Justiça e fugiu do debate. Quem não deve, não teme. É o mesmo filme que aconteceu em 2018. […] Não perca o seu voto. Este governo vai ser cassado”, respondeu o senador. Na tréplica, o ex-prefeito de Araguaína aproveitou para revelar que ingressou com outra Aije contra o governador. O liberal acusa Wanderlei Barbosa de pagar por meio de caixa 2 influenciadores digitais para defenderem a campanha à reeleição.
TAMPÃO, FUJÃO, CURRALEIRO SUMIDO E RISCO DE PERDER VOTO
Como no último debate – que também faltou -, Wanderlei Barbosa foi o principal alvo. Ao falar de corrupção, Paulo Mourão (PT) alfinetou o chefe do Poder Executivo. “O curraleiro tá sumido, Temos que acionar a Polícia Federal para ver se o acha e traz para um debate”, disse o petista, que foi mais duro ao falar da saúde – alvo de operação – e sugeriu que o secretário da pasta, Afonso Piva, e o próprio republicano acabariam “na cadeia”. Karol Chaves fez coro. “Se votar neste candidato que fugiu do debate, corre o risco de perder o seu voto”, afirmou. Irajá o chamou de “fujão” e “encurralado”, enquanto o Dimas só se referia ao chefe do Poder Executivo como “tampão”.
KAROL QUESTIONA APOIO DE DIMAS A BOLSONARO
Apesar do foco no governador, o debate contou com embates entre os presentes. Karol Chaves (Psol) foi a primeira a ressaltar o apoio de Ronaldo Dimas à reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL). “O senhor apoia candidato que odeia mulheres, negros e população LGBTQIA+, que me dá medo de sair na rua”, disse a socialista. O liberal reagiu. “Respeito a senhora, mas parece preocupada apenas na promoção de candidatos em nível nacional, não com questões estaduais”, respondeu o ex-prefeito de Araguaína, que aproveitou para dizer que o atual mandatário do Palácio do Planalto “se preocupa com os pobres”, citando o Auxílio Brasil.
LULA E ARAGUAÍNA
Paulo Mourão chamou a atenção por citar, sempre que possível, o nome do presidenciável do Partido dos Trabalhadores, Lula da Silva; fosse alegando que tem debatido propostas com o ex-presidente ou exaltando a sua gestão à frente do Palácio do Planalto [2003 a 2011]. Já Ronaldo Dimas também tinha uma tecla preferida, as ações realizadas nos dois mandatos como prefeito de Araguaína [2013 a 2020].
MOURÃO X DIMAS
A dupla ainda foi a responsável por protagonizar o embate mais intenso. Mourão começou a citar privatizações, aumento da tributação e descumprimento das carreiras dos servidores durante o mandato de Dimas como prefeito. “O que não podemos ter é um gestor com esta visão para governar o Estado”, disparou. o petista Em resposta, o liberal garantiu que cumpriu todos os planos do funcionalismo e as datas-base, destacou a redução do Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISSQN) e em relação à planta de valores, esclareceu que a mesma foi feita com a participação da sociedade. “O senhor mesmo já me elogiou várias vezes pela gestão”, elencou.
GESTÃO MAIS BEM AVALIADA
Outro ponto de embate entre o petista e o liberal foi a avaliação dos dois como prefeitos. Dimas considerou a administração em Araguaína a “mais premiada da história do Tocantins”, citando reconhecimento do Tribunal de Contas da União (TCU). “O prefeito mais premiado se chama Paulo Mourão, do Partido dos Trabalhadores”, disse o ex-gestor de Porto Nacional [2005 a 2008], reforçando ter prêmios do Sebrae e da Unicamp.