Representante do Sindicato dos Trabalhadores em Educação (Sintet) na Capital, Fernando da Silva Pereira não ficou satisfeito com o posicionamento do vereador Filipe Fernandes (DC) na sessão desta terça-feira, 15, data em que se comemora o dia do professor. O parlamentar foi o responsável por pedir a retirada do Projeto de Lei da gestão democrática nas escolas da pauta do dia, o que foi acatado. À Coluna do CT, o sindicalista manifestou repúdio nesta quarta-feira, 16, ao que considerou ser uma “extrema gafe” do democrata cristão.
Demanda histórica
Fernando Pereira critica o posicionamento do vereador em se manifestar contra um Projeto de Lei que fortalece uma exigência – a eleição para diretor – já estabelecida em legislações aprovadas pela Câmara. Conforme o sindicalista, a gestão democrática amplia a discussão e dá autonomia financeira e administrativa às escolas e mais poder às comunidades escolares – formadas por servidores, alunos e pais. “O Sintet repudia veementemente a postura de Filipe [Fernandes, DC] em retirar [da pauta] uma demanda histórica da educação palmense”, disse.
Posicionamento estranho
O presidente do Sintet de Palmas ainda viu de forma estranha o posicionamento de Filipe Fernandes, visto que o mesmo apoiou os professores na greve realizada em 2017, na qual uma das pautas era justamente a gestão democrática. “Naquela ocasião o prefeito era o [Carlos] Amastha [PSB], agora que é a Cinthia [Ribeiro, PSDB]. O mesmo vereador pede para retirar um projeto encaminhado pelo Executivo. Nos estranha muito um vereador da base fazer isso. E insistimos no repúdio”, disse à Coluna do CT.
Constrangimento
Após a repercussão da retirada da matéria na sessão de terça-feira, 15, a Câmara de Palmas seguiu discutindo sobre o projeto nesta quarta-feira, 16, a partir de uma manifestação de Tiago Andrino (PSB). “Muito infeliz ter retirado de pauta. Ficou até um motivo de constrangimento para nós”, disse o pessebista, que defendeu a proposta do Executivo. “Não vejo nenhum motivo para a gente ter preocupação. Ele não cria nenhum tipo de problema, pelo contrário, vai dar estabilidade. Não vamos ficar reféns de arbitrariedades. Isto não se trata de governo A ou B”, afirmou.
Está faltando voto na base para PL do Executivo
Líder do Paço, Laudecy Coimbra (SD) reagiu à manifestação do pessebista e questionou sua postura favorável ao projeto, visto que ele era personagem “influente” de uma gestão – a de Carlos Amastha – que não defendeu a pauta. A matéria foi enviada já na gestão de Cinthia Ribeiro. “Eu não aceito dizer que estamos omissos”, disparou. Em resposta, Tiago Andrino reforçou a posição favorável à gestão democrática e ironizou. “Está faltando voto na base do governo e você conta com meu voto. Vamos tentar ganhar voto de quem ainda não está convencido”, respondeu.
Projeto não foi discutido
Responsável pelo pedido de retirada de pauta, Filipe Fernandes foi à Tribuna da Câmara de Palmas para defender o seu posicionamento. O vereador afirma que explicou ao presidente do Sintet de Palmas o motivo da solicitação e criticou a falta de discussão aprofundada sobre a matéria nas comissões. “Eu voto contrário a tudo aquilo que não sei o que é e não conheço na íntegra. Não estou jogando a para galera, estou mostrando que tenho posicionamento. Não sou contra a educação, sou contra votar projeto sem discutir”, resumiu.
PME já prevê
Filipe Fernandes foi contestado em seguida por Milton Néris (PP). Da Tribuna, o progressista afirma que o assunto foi “debatido longamente” porque a matéria apenas regulamenta o que já está previsto no Plano Municipal de Educação (PME), apreciado e aprovado pela Câmara. “Independente deste Projeto de Lei a prefeitura pode fazer a eleição”, explicou. Quem ainda se manifestou sobre o tema foi Major Negreiros (PSB), se colocando contrário à proposta por entender que haverá influências políticas na eleição e questiona a participação de alunos no processo.