O prazo para que os partidos realizem convenções termina em 5 de agosto, portanto, daqui a 23 dias. É o tempo que as quatro pré-candidaturas ao governo do Estado precisam para ser consolidadas ou implodidas. Dois gargalos estão sendo discutidos e analisados profundamente: justamente a viabilidade dos nomes colocados e a também as vagas de senador, mais precisamente, de senadora.
A pré-candidata do União Brasil ao Senado, Dorinha Seabra Rezende, vai arrastando como pode o impasse sobre com quem vai se unir. A senadora Kátia Abreu (PP), expurgada do Palácio, vive no mesmo limbo que sua adversária do UB, sob total indefinição dos rumos que tomará.
A pré-candidatura a governador de Paulo Mourão (PT) segue na sua cruzada contra o bolsonarismo, ainda que o presidente Jair Bolsonaro (PL) esteja disputando outro Palácio, não o Araguaia, mas o do Planalto.
Dimas ainda precisa conquistar os líderes do Tocantins, que continuam a fazer vistas grossas à sua pré-candidatura.
Osires Damaso (PSC) se consolidou como pré-candidato a governador com sua musculatura “bombada” pela adesão do senador Irajá (PSD), filho de Kátia. E mãe é mãe.
Os outros pré-candidatos ao Senado também estão no mesmo purgatório que Kátia e Dorinha. Vanderlei Luxemburgo com o PSB amarrado a Damaso, que não se manifesta a quem cederá a vaga de senador; e Ataídes Oliveira (Pros) tenta se encaixar em algum canto.
O mais definido deles é o ex-governador Mauro Carlesse, que deve lançar seu nome independente pelo Agir e, assim, não aguarda nenhuma solução surja dessa engenharia eleitoral. Claro, outro que pode seguir esse mesmo caminho é o Ataídes, mas, por enquanto, ainda insiste em estar junto com algum cabeça de chapa.
No final das contas, são os senadores que vão acabar definindo a configuração desse jogo, da forma que seja. O PL de Dimas tem Eduardo Gomes como presidente regional e a musculatura construída por Damaso nas últimas semanas se deve à injeção aplicada pelo grupo de Irajá.
O que quer dizer que, se essas duas peças — Gomes e Irajá — se moverem, as pré-candidaturas escoradas neles caem como castelo de cartas. E a informação é que eles têm conversado, e muito. Por esses senadores ainda passa a solução para a pré-candidatura de Dorinha e da própria Kátia. A deputada precisa de um entendimento com Gomes para ir, como deseja, com o Palácio Araguaia, e não acredito que o filho ficará insensível aos apelos da mãe.
Dessa forma, a nova configuração do tabuleiro, seja ela qual for, não tenham dúvida, depende muito mais da ação dos senadores — mais especificamente, de Gomes e Irajá –, do que da simples vontade de disputar dos pré-candidatos a governador da oposição.
Ambos são a pedra angular desse xadrez.
CT, Palmas, 14 de julho de 2022.