Semana a passada a prefeita de Palmas, Cinthia Ribeiro (PSDB), exonerou uma comissionada que foi à Justiça para suspender o decreto que exige o passaporte da vacina para entrar em prédios do município. A servidora preferiu isso a ter que se imunizar contra a covid-19, o que é gratuito, comprovadamente eficaz (não se trata de um “experimento”, como insistem os pré-iluministas) e evitou que o Tocantins, o Brasil e o mundo se tornassem um imenso cemitério a céu aberto. Parabéns à prefeita pela corajosa e sábia decisão.
No final de semana, duas pessoas foram impedidas de ingressar em prédio do município, também na Capital, para prestar concurso porque não apresentaram comprovante de vacinação. Tiveram o desplante de dizer que a exigência não constava do edital, mas figurava, sim, no documento, no item 3.1. Esperar leitura dessa gente é expectativa excessiva e ilusória. Fez muito bem os organizadores ao não flexibilizar o cumprimento do decreto.
Agora chega a informação de que a Justiça Federal negou o pedido de um pai para que sua filha retornasse às aulas presenciais do Instituto Federal do Tocantins (IFTO) sem estar vacinada.
Ainda tivemos algumas tentativas dos pré-limunistas de derrubar o decreto que exige a comprovação de vacina, mas a Justiça tem sido uma fundamental aliada da sociedade, pondo-se como um escudo protetor dessas investidas das mentalidades medievais do século 21.
Até aqui a vitória da civilidade é acachapante, mas não vão parar. Todo dia temos notícias de que ocupam prefeituras para exigir revogação de decretos ou vão a legislativos, onde, lamentavelmente, muitas vezes encontram abrigo às suas loucuras.
Diga-se: um dos campos pré-históricos prediletos dos incivilizados, infelizmente, tem sido boa parte das câmaras municipais. Nessa segunda-feira, 21, estava assistindo um debate sobre o tema num importante legislativo do Estado e me impressionei com a falta de informação, com a imposição da desinformação, com a mentalidade rasa, com a falta de leitura.
Enfim, se temos na Justiça um guardião fiel do portal da cidadania, em alguns legislativos concentram-se todos os mísseis da ignorância, do obscurantismo e da bestialidade que marcam estes tempos estranhos e nebulosos, no que tange a pandemia. E seus porta-vozes fazem um esgar de sapiência, de cientificidade, ao discursar, que, comparado às asneiras que soltam, nos remetem a filmes de comédia.
Em todos os debates que assisti em algumas câmaras do Tocantins a respeito do comprovante de vacinação, não vi se levantar uma voz sequer em prol da ciência, do Iluminismo, da racionalidade.
Não quero fazer nenhuma generalização. Não tenho dúvida de que há muitas câmaras e muitos vereadores de elevada qualificação para esse debate. Que buscam informação, leem a boa ciência, fogem das fake News, do Tio do Zap e combatem as mentiras disfarçadas de verdade. Mas, nessas sessões que tive o desprazer de acompanhar, se havia algum edil esclarecido, preferiu ficar sob a proteção do silêncio cômodo.
Como se vê, apesar de os dados serem inquestionáveis, uma vez que a vacina derrubou as mortes e esvaziou UTIs; e de termos o escudo protetor do Judiciário, MPs e Defensorias (com raras exceções de membros adeptos da irracionalidade destes tempos), os ataques da ignorância são permanentes e esse obscurantismo cego, burro e quixotesco continuará tentando se impor.
Mas a razão e a ciência precisam prevalecer.
Vacine-se. Salve sua vida, de sua família, de seus vizinhos e de sua cidade.
No futuro, esses malucos ignorantes serão a vergonha de sua descendência.
CT, Palmas, 22 de fevereiro de 2022.