Extremamente digna a postura do ministro da Defesa, general Fernando Azevedo e Silva, e dos comandantes da Marinha, almirante Ilques Barbosa Junior, do Exército, general Edson Pujol, e da Aeronáutica, tenente Antonio Carlos Bermudez, que desembarcaram do governo Jair Bolsonaro, avisando que os militares não participarão de nenhuma aventura golpista. O recado que deram para a sociedade brasileira está muito claro: as Forças Armadas estão a serviço do Brasil e sua Constituição e não de um governo.
Isso foi ratificado pela declaração do vice-presidente Hamilton Mourão à jornalista Andréia Sadi, ao ser perguntado sobre o risco de ruptura institucional: “Zero. Pode botar quem quiser, não tem ruptura institucional. As Forças Armadas vão se pautar pela legalidade, sempre”.
O presidente Jair Bolsonaro se vê cada vez mais sozinho, mais refém e tutelado pelo Centrão. Nessa terça-feira, 29, ele recebeu no Palácio do Planalto o presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, figura carimbada do Mensalão e do Petróleo que só no Brasil pode ser tratado como “homem sério”. Era o tipo de sujeito que não deveria sequer ser recebido em casa de família, quanto mais no Palácio do Planalto. Mas Valdemar Costa Neto e seus sequazes foram o que restaram a Bolsonaro.
Semana passada mais de 1,5 mil empresários e economistas renomados assinaram carta contra sua política genocida, depois o chefe da Nação apareceu tutelado pelos presidentes do Senado e da Câmara. Prefeitos e governadores têm se manifestado contra suas ações e a imprensa desde o início sabe que ele não tem envergadura moral, espírito democrático, nem preparo para presidir o País.
Bolsonaro ainda fingia ter o apoio das Forças Armadas e, volta e meia, sugeria a possibilidade de ruptura democrática com o aval dos militares. Agora, os comandantes de Exército, Marinha e Aeronáutica mostraram ao Brasil que o presidente da República não os terá para brincar de golpe de Estado. Está sozinho. Só com o Centrão. E, bom que se diga, ambos se merecem.
Post Scriptum
O plano de emergência – Grande parte dos prefeitos do Tocantins não tomou nenhuma medida séria para conter o avanço da Covid-19. O que estão fazendo é mantendo tudo flexibilizado, enquanto as taxas de infecção e mortes crescem em suas cidades. Isso porque o plano de emergência deles é simples: uma ambulância. Metem os doentes nela e os despacham para Palmas, Araguaína, Gurupi e Augustinópolis. Tinham que ser enquadrado.
Acertou mais uma – O comandante-geral da Polícia Militar, coronel Júlio Manoel da Silva Neto, acerta mais uma ao nomear a primeira mulher para comandar o 1º BPM, a major Marlene Alves Borges Machado. É um avanço a ser comemorado por toda a sociedade.
“Coronômetro” – Excelente ideia da Prefeitura de Palmas de lançar o “coronômetro”, como antecipou no programa Quadrilátero o coordenador do Centro de Operações de Emergências de Palmas (COE), Daniel Borini Zemuner. Segundo ele, o instrumento vai informar os critérios, a partir de cores, de quando cada segmento poderá funcionar, com qual ocupação e quando terá que suspender as atividades. Os empresários poderão se programar e não serão mais pegos de surpresa.
Menos mortes – Os boletins epidemiológico da Secretaria Estadual da Saúde trouxeram a confirmação de menor número de mortes nas duas últimas edições. Parece que esta segunda onda começa arrefecer. Mas é preciso não haver aglomerações no feriado prolongado, ou a coisa vai se complicar de novo.
CT, Palmas, 30 de março de 2021.