O cenário eleitoral ganha nova configuração com a declaração de apoio do senador Irajá à pré-candidatura a governador do deputado federal Osires Damaso (PSC). É todo um grupo bem estruturado e organizado que passa a somar forças com Damaso. Só do PSD são 52 prefeitos, 64 ex-prefeitos, 24 vice-prefeitos e 132 vereadores. Ainda contam com PRTB e Avante.
Damaso tem por volta de uma dúzia de prefeitos para apoiá-lo, carisma e a simpatia de lideranças de todo o Estado. Em Palmas, o maior colégio eleitoral do Tocantins, conseguiu se aliar a duas das mais importantes forças políticas locais, o deputado estadual Júnior Geo (PSC) e o ex-prefeito Carlos Amastha (PSB).
Esse é basicamente o “exército” que o pré-candidato do PSC construiu nas últimas semanas e que lhe garante a musculatura que buscava, o que significa enorme competitividade.
Os reflexos dessa nova configuração no cenário eleitoral do Estado são automáticos. O primeiro é que a permanência da senadora Kátia Abreu (PP) na base do Palácio se tornou insustentável. Como o governador Wanderlei Barbosa (Republicanos) terá a mãe como sua candidata e o filho dizendo que a gestão dele é “ema numa lavoura”, “perdida e sem direção”?
Para onde vai Kátia? Será candidata à reeleição com Damaso? Se a recebê-la na majoritária, o pré-candidato do PSC terá um acréscimo de mais de 20 prefeitos em seu “exército”. Melhor ainda para ele.
Mas, se Kátia chegar, o que Amastha fará com seu pré-candidato a senador, Vanderlei Luxemburgo (PSB)? Se for para uma candidatura independente, o técnico de futebol, possivelmente, terá que bancar sozinho a campanha, uma vez que a prioridade de sua sigla é a eleição de deputados federais.
Sem Kátia, o Palácio vai investir com mais força para atrair a pré-candidata ao Senado do União Brasil, Dorinha Seabra Rezende, que é o nome desejado pelos deputados e prefeitos de Wanderlei.
Todas essas mudanças aumentarão substancialmente, e tornam mais urgentes, os desafios, já tratados aqui, do pré-candidato a governador do PL, Ronaldo Dimas, e do seu padrinho, o senador Eduardo Gomes (PL). O primeiro é justamente segurar Dorinha na aliança, o que pode não ser tão fácil. O outro é romper com a resistência que os líderes têm a Dimas.
E essas questões precisam ser desembaraçadas com agilidade. Afinal, já estamos às vésperas das convenções e Damaso chega turbinado e determinado a crescer.
Certamente, o pré-candidato do PSC passa a ser motivo de preocupação para Palácio e Dimas.
Claro, não sem motivo.
CT, Palmas, 5 de julho de 2022.