A chapa majoritária do governador Wanderlei Barbosa (Republicanos) já está definida. O ex-prefeito de Gurupi Laurez Moreira (PDT) será apresentado como vice na quarta-feira, 27, como antecipou a coluna “Em Off” nesta semana, e a deputada federal Dorinha Seabra Rezende (UB) já está anunciada como a pré-candidata a senadora do Palácio. Assim, a campanha governista só vai cumprir o protocolo: aguardar as convenções do início de agosto, registrar as chapas e iniciar a campanha propriamente dita.
Quem ainda procura se azeitar para a disputa é a oposição, que tenta ler corretamente o cenário eleitoral de 2022, buscar o bom senso e se tornar competitiva a ponto de provocar um segundo turno, quando todos poderão se unir contra o Palácio.
Mas não é tão fácil assim quanto parece. A 14 dias das convenções, os movimentos se intensificam, mas os gargalos ainda são grandes. Na pré-campanha do PT, Paulo Mourão precisa convencer os aliados da federação, PV e PCdoB, a apoiar sua pré-candidatura a governador. Também quer buscar outros partidos no campo progressista e, para atraí-los, tem a vaga de senador disponível.
As pré-campanhas de Ronaldo Dimas (PL) e Osires Damaso (PSC) tentam uma composição, um debate que é possível que se estenda até o último prazo das convenções, no dia 5. De toda forma, um trunfo do ex-prefeito de Araguaína foi ter amarrado do MDB de Marcelo Miranda a seu lado. Lembrando que o novo aliado é uma sigla de enorme capilaridade pelo Estado e com excelente tempo de rádio e TV.
A questão aí é se os emedebistas vão mesmo acompanhar a decisão da executiva estadual. Como certa vez definiu o grande Derval de Paiva, há o MDB, a sigla, mera “casca”, e o emedebismo, o espírito do partido. E é este último que precisa ser conquistado.
Damaso conseguiu musculatura com o PSD do senador Irajá e o PSB de Carlos Amastha. Agora tenta evitar a divisão dos votos da base da oposição, justamente buscando compor com Dimas. De toda forma, esse grupo que o deputado federal formou, juntando com suas qualidades pessoais, pode decolar na campanha.
Bem como Dimas, com o senador Eduardo Gomes (PL) empolgado. É preciso saber, porém, até que ponto o crescimento dos dois e de Mourão favorece a oposição e o governo.
Se essas quatro pré-candidaturas renderem o que delas se espera é fato que teremos um segundo turno, quando tudo será zerado, as discussões recomeçarão e o confronto será um dos mais difíceis da história.
No entanto, se uma ou duas delas não atingirem essa expectativa, e o governo conseguir abocanhar boas parcelas dessa base de eleitorado que, no plano estadual, não votam ideologicamente, ou seja, não regionalizam a polarização tóxica entre Jair Bolsonaro (PL) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT), podemos nem ter segundo turno.
Um cenário ou outro vai depender de para onde os líderes do Tocantins vão pender quando sentirem, efetivamente, os rumos que as campanhas estão tomando. É só nesse momento que as eleições de 2022 serão definidas.
A liderança local quer aguardar mais para decidir, por isso, os eventos não terão tantos prefeitos como um lado e outro anunciam ou dizem que terão. Afinal, eles têm uma gestão que depende demais do desfecho destas eleições.
Ou seja, o que está em jogo para os prefeitos é o desempenho de seus governos e as eleições que mais lhes interessam, as de 2024.
CT, Palmas, 21 de julho de 2022.