A movimentação é grande para se conseguir formar uma chapa robustecida contrária ao Palácio Araguaia. Uma candidatura de oposição com muita musculatura até reduziria a possibilidade, hoje real, de haver um segundo turno no Tocantins. Assim, a primeira pergunta que surge é se isso é bom ou ruim para a campanha do governo do Estado.
De toda forma, não há dúvida de que, juntos, os pré-candidatos a governador Osires Damaso (PSC) e Ronaldo Dimas (PL), os senadores Eduardo Gomes (PL) e Irajá (PSD) e ainda nesse grupo o ex-prefeito de Palmas Carlos Amastha (PSB) teriam um força eleitoral tremenda, que alteraria completamente ao atual cenário.
A discussão vem de dias e tem a digital de Gomes, que levou os dois pré-candidatos a governador a se sentarem na sexta-feira, 15. Claro que falar em composição é fácil, mas na hora de decidir quem deve ceder aí a coisa se complica. Afinal, todo pré-candidato se julga certo da vitória, não tem a mínima dúvida disso.
Por isso, ao invés de opiniões pessoais sobre as possibilidades de eleição, é melhor definir critérios objetivos e quem melhor atendê-los deve ser o escolhido do grupo para a disputa.
A primeira medida, nesse sentido, é uma pesquisa qualitativa. Qual é o perfil de governador que o eleitor quer? Afinal, é ele quem decide. Quem melhor se encaixar no padrão de candidato que a população busca é o que deve representar o grupo.
É lógico que nessas horas alguém taca uma pesquisa quantitativa na mesa, como garantia de que é o nome certo na hora certa. Como fotografia do momento em que a imagem foi captada, um levantamento desse tipo, ainda que sério, não serve para definição de candidato. Ele não se projeta para o futuro, mas retrata um presente, que, no dia seguinte, se torna passado. Por isso, pesquisa quantitativa nunca, jamais, deve ser critério para se definir candidato, em qualquer situação.
Em termos de perfil, falando empiricamente, Damaso e Dimas se assemelham: empresários e excelentes gestores, com imagem de seriedade. Possivelmente, ambos se sairão bem num perfil de governador desejado pelo eleitorado.
Então, a questão seguinte deve ser qual deles se sobressai no modelo de relação de forças que se estabelece nos municípios. Como tenho insistindo, nossa eleição é essencialmente de líder, mais do que em Estados mais ricos. Porque, pela absurda pobreza que impera pelo interior, há uma enorme dependência do Poder Público na maioria dos 139 municípios. São cerca de 13 cidades com 50% do eleitorado, onde existe uma autonomia maior de decisão de voto. Nos outros 126 municípios, os votantes, na quase totalidade, seguem o que o líder — provedor de suas necessidades mais básicas — lhe indica.
Assim, a questão a ser respondida é quem consegue agregar mais esses líderes lá na ponta em torno de seu nome? Dimas ou Damaso?
A resposta a esta questão deveria definir, sem mais espaço para dúvidas, qual dos dois é o melhor candidato a governador desse grupo de oposição.
CT, Palmas, 19 de julho de 2022.