Enfim, acabou a tensão e a “prisão” da pré-candidata ao Senado pelo União Brasil, Dorinha Seabra Rezende. Demorada, a decisão de apoiar a reeleição do governador Wanderlei Barbosa (Republicanos) a libera para se dedicar ao que lhe é mais importante neste momento, sua pré-campanha. A indefinição já caminhava para prejudicar uma pré-candidatura altamente competitiva. Sobretudo considerando que Dorinha terá que enfrentar alguém muito competente, organizada e que vem fazendo uma pré-campanha de muita intensidade e movimentação, a “dona” atual da vaga de senadora, Kátia Abreu (PP).
O nome de Dorinha para o Senado cresceu de forma natural, resultado de dois movimentos fundamentais que ela fez ao longo dos últimos anos. Um interno, com a parlamentar ganhando capilaridade, na medida em que atraía mais e mais líderes de todo o Estado para a sua base. Entre eles está um quadro histórico do PT, sigla que sempre teve horror ao DEM, um dos partidos que geraram o atual União Brasil e que era também presidido por Dorinha. Foi uma surpresa geral quando o ex-presidente regional petista Júlio Cesar Brasil trocou a legenda em que estava havia 25 anos pelo “direitoso” Democratas. E, pelo partido de Dorinha, o prefeito voltou a comandar sua cidade, Couto Magalhães, em 2021.
Outro movimento da deputada foi nacional. Tecnicamente, é a congressista tocantinense que participou com mais qualidade de debates públicos e comissões, sobretudo no tema em que é uma das maiores especialistas do Brasil, a educação. A imprensa do País sempre recorreu a ela para discutir esse assunto. A consolidação dessa sua posição como referência do setor veio com a vitória que a deputada conseguiu com o novo Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb), aprovado ano passado graças à articulação e participação decisiva de Dorinha.
Assim, o que a prendia neste momento da pré-campanha era a indefinição sobre qual palanque deveria subir. Sempre a coluna afirmou que era um absurdo querer obrigá-la a ficar com Dimas ou com quem quer que fosse. Isso porque ambos os lados perderiam: Dorinha, que estaria num palanque contra a sua vontade e, dessa forma, pouco poderia contribuir com seu “aliado-carrasco”; e o candidato a governador que a engessaria em sua campanha, quando poderia buscar alguém motivado e identificado com seu projeto.
É nesse sentido que Dimas também ganha com o desfecho desse impasse. Igualmente um pré-candidato competitivo e de muita qualidade por tudo que já provou que é capaz de fazer em dois mandatos em Araguaína, ele agora está livre para encontrar um nome ao Senado que realmente abrace sua campanha e queira, prazerosamente, fazer dele governador.
Por isso, com a decisão da pré-candidata ao Senado de ficar com Wanderlei, ambos — Dorinha e Dimas — neste momento estão livres, leves e soltos para construir uma candidatura competitiva e que possa conquistar o eleitorado.
CT, Palmas, 18 de julho de 2022.