Enquanto a oposição ainda define quem será ou não candidato, o governador Wanderlei Barbosa (Republicanos) percorre o Estado participando de eventos, liberando recursos para a prefeituras e anunciando investimentos para recuperação de estradas. São as vantagens de se estar com as mãos na máquina. Claro que não resolve muito se quem a pilota é um “navalha”.
No caso de Wanderlei, tenho ouvido críticas de que, à frente do Palácio, ele sua “atuação é de vereador e deputado”. Isso não é erro, mas acerto, quando se trata de um ano eleitoral.
Primeiro é preciso considerar que, do ponto de vista de seu perfil pessoal, Wanderlei é um político experiente, habilidoso e de trânsito fácil por todas as correntes políticas. Ao contrário daqueles que passaram pelo desafio de fazer um governo tampão e ter que buscar a reeleição. Até mesmo o ex-governador Mauro Carlesse (Agir) não tinha esse histórico, mas contou a habilidade de gestor para atrair a seu lado pessoas com as expertises que ele não tinha. Os antecessores que assumiram governos tampões não tinham experiência ou tato político necessário e ainda não souberam formar uma equipe que compensasse essas suas deficiências. O resultado foi a derrota.
Wanderlei tem atraído os líderes do Estado para seu governo e para o seu lado não só pelo domínio da máquina, mas também pela experiência legislativa, que obriga o político a saber lidar com o que é de mais precioso para uma eleição: as pessoas. Qualquer chefe de Executivo tem o privilégio de se colocar numa redoma e, blindado, mantém o povo distante, com suas insatisfações, reclamações e constantes e insaciáveis reivindicações.
Sobretudo o vereador mas também o deputado estadual não contam com essa couraça para ficar longe do eleitor. Principalmente, os parlamentares municipais precisam conviver diariamente com a população. Assim que acordam já tem uma fila em sua porta. No gabinete, do mesmo jeito e por onde passam não há como se esquivar da comunidade. Não contam com seguranças do Estado para isolá-lo.
Bem, Wanderlei foi vereador por seis mandatos e deputado estadual por dois. Se tem algo que precisou aprender ao longo de seus mais de 30 anos de vida pública foi a conviver com as pessoas em seu dia a dia.
Num ano eleitoral, em que os governantes — aí sim — precisam sair de sua redoma para conviver na planície com os “mortais”, sem a proteção dos Palácios e da distância de Brasília, não há outro meio que não seja ouvir e conversar com as pessoas. É nessa hora que toda essa experiência legislativa, sobretudo a municipal, faz a diferença. E, com a máquina do Estado na mão, um governante com a experiência de Wanderlei ganha duas vezes: pela facilidade de se conectar com o cidadão e com os líderes e também pelo poder de agir, contribuir com a sociedade e atrair apoios.
Por isso que enquanto a oposição ainda se vê sob total indefinição, discutindo se o candidato será A ou B, Wanderlei vai ganhando terreno e se consolidando no processo sucessório.
E sempre é importante lembrar: o tempo perdido é precioso, não volta atrás e fará falta lá frente.
Tic-tac.
CT, Palmas, 6 de junho de 2022.