O prefeito de Araguaína, Ronaldo Dimas (Podemos), vai anunciar no dia 10 de setembro quem vai ser seu candidato nas eleições de novembro, como antecipou nessa terça-feira, 18, a Coluna do CT. Contudo, na cidade isso não é mais dúvida. Todos acreditam que o escolhido será seu ex-chefe de gabinete Wagner Rodrigues (SD), inclusive os próprios concorrentes internos. Assim, a questão não é sobre quem, mas o que vai ocorrer a partir daí.
Além de Rodrigues, o grupo de Dimas tem como opções de candidaturas o presidente da Câmara, Aldair da Costa, o Gipão (Podemos), o deputado estadual Elenil da Penha (MDB) e o vereador Marcus Marcelo (PL). Gipão, por estar no partido do prefeito — era do PL —, não terá muita saída. Ou vai à reeleição, ou estará à disposição como vice, cargo em que outro nome do Podemos é considerado, o delegado Rerisson Macedo.
Então, o foco está em duas forças importantes da atual política araguainense, Elenil e Marcus. O vereador é umbilicalmente ligado a Dimas. Chegou à Câmara junto com o prefeito e foi o candidato a deputado estadual mais votado da cidade, em 2018, em grande parte, graças ao forte apoio que recebeu do grupo do Paço. Se deixar Dimas, terá força para um voo solo que o permita sobreviver politicamente? Esta é a pergunta que ronda as cabeças.
Com Elenil é diferente. De todos os pré-candidatos do prefeito, é o único que tem autonomia e força eleitoral própria. Foi vereador muito antes de Dimas chegar à prefeitura, presidente da Câmara e agora deputado estadual pelo segundo mandato. Na verdade, o parlamentar foi importantíssimo aliado para que o prefeito tivesse o MDB em sua campanha em 2012, o que, na época, custou a boa relação que Elenil sempre manteve com um expressivo líder estadual de seu partido, o ex-governador Marcelo Miranda.
Uma possível perda de Elenil traz o agravante de que ele certamente vai juntar a outro forte político, que vive um momento de ascensão na cidade, o também deputado estadual do MDB e pré-candidato a prefeito Jorge Frederico. Os dois trocaram loas em matéria publicada na segunda-feira, 17, pela Coluna do CT, com mais recados nas entrelinhas do que explicitado no texto. Dela, uma frase de Jorge Frederico disse tudo: “Elenil e eu não nos separamos de jeito nenhum”. Mais claro, impossível.
Assim, não resta dúvida de que a escolha de Dimas está feita. O desafio dele agora é manter a unidade do grupo. O tom do discurso para tentar essa façanha foi dado na entrevista de Wagner Rodrigues ao quadro Conversa de Política. “Acredito muito no senso de responsabilidade de cada um desses pré-candidatos. Não acredito que as pessoas que querem zelar por Araguaína vão se digladiar daqui para frente, se matar pelo poder, e deixar a população à mercê de uma briga de interesse pessoal”, disse o pré-candidato do SD.
Resta ver se vai colar.
CT, Palmas, 19 de agosto de 2020.