Um dos destaques das eleições municipais de 2020 foi o número de prefeitos que o PSD, presidido pelo senador Irajá, fez no Tocantins, um total de 22, atrás somente de MDB, com 23, e DEM, com 26. Hoje a legenda afirma que esse total em seus quadros subiu para 52. Na filiação do deputado federal Vicentinho Júnior ao Progressistas, no dia 11 (não por acaso, é o número do partido), a organização da solenidade informou que a sigla presidida pela senadora Kátia Abreu chegou a 35 prefeitos, com os cinco trazidos pelo novo membro. Só aí, então, considerando os 52 do PSD, mãe e filho conseguiram atrair para as duas legendas nada menos do que 87 prefeitos, ou 62,6% dos 139 do Tocantins.
No meio político, o que se ouve — mesmo dos que olham os dois senadores de soslaio — são referências à competência de Irajá na organização do PSD e à força de Kátia, que, sobretudo nas últimas semanas, fincou o pé no Tocantins, sempre colada no governador Wanderlei Barbosa (Republicanos), de olho na necessária renovação de sua vaga que vai precisar encarar em outubro.
Com a janela partidária aberta no dia 3, os dois partidos estão “passando o rodo” em lideranças em todos os quadrantes do Estado. De Augustinópolis, o PSD recebeu o ex-prefeito José Anacleto e o médico Dr. Paulo; de Araguaína, o delegado Rérisson Macedo e o ex-candidato a prefeito em 2020 e médico Hugo Mendes; de Guaraí, o ex-prefeito Genésio Ferneda; nesta terça-feira, 22, chega um importante líder do setor esportivo tocantinense, o ex-secretário de Esportes Ricardo Abalém, de Palmas; e na sexta-feira, 25, um dos quadros mais importantes do sul, o ex-vereador Eduardo Fortes, de Gurupi.
No Progressistas, Kátia também segue varrendo para dentro significativos líderes tocantinenses. A começar pelo deputado federal Vicentinho Júnior e seu pai, o ex-senador Vicentinho Alves. Com eles se acomodaram na sigla mais cinco prefeitos: Max Barbosa, de Araguanã; Alessandro Borges, de Muricilândia; Joctã Reis, de Colmeia; Thiago Tapajós, de Pindorama; e Rennam Cerqueira, de Porto Alegre. Nessa segunda-feira, 21, também chegou ao partido o cientista político Gylwander Peres, de Pedro Afonso.
Além da inegável força dos dois senadores, não há dúvida de que a proximidade deles com o governador Wanderlei tem facilitado essa captação de líderes, numa relação ganha-ganha: os parlamentares — sobretudo Kátia, por justamente estar na disputa pela reeleição — obtêm musculatura para garantir mandatos a seus partidários e o próprio governador, que também passa a contar com esse exército a seu dispor na batalha que terá que travar para conseguir mais quatro anos de comando no Palácio.
Kátia vai mesmo precisar de toda a força possível para o difícil enfrentamento que terá pela frente. Nos 16 anos de Senado, os desgastes são naturais, ainda mais pela personalidade forte da senadora e por suas posições muitas vezes até contra a vontade de sua base.
Até porque do outro lado haverá contra Kátia uma política em ascensão, que vive seu melhor momento e, como a senadora, também desfruta de muita projeção nacional, a deputada federal Dorinha Seabra Rezende (UB).
Talvez pela primeira vez o Tocantins assistirá duas grandes mulheres no centro de uma disputa eleitoral acirradíssima, que, com certeza, ficará para a história.
CT, Palmas, 22 de março de 2022.