Políticos próximos ao senador Eduardo Gomes (MDB) não gostaram do fato de o deputado federal Carlos Gaguim (DEM) ter se antecipado e revelado uma informação que, avaliam, não lhe cabia. Defendem que era o próprio Gomes, no momento que julgasse adequado, quem deveria anunciar se seria ou não candidato a governador e, não sendo, quem teria seu apoio para as eleições de outubro.
Como os leitores acompanharam na sexta-feira, 11, Gaguim contou à Coluna do CT que Gomes lhe disse que não seria candidato ao Palácio e que daria seu apoio ao ex-prefeito de Araguaína Ronaldo Dimas (Podemos). Conforme Gaguim, o senador já havia comunicado também a deputada federal Dorinha Seabra Rezende (DEM) e alguns prefeitos mais próximos.
Publicamente, Gomes se manteve em silêncio. Como bom enxadrista, não vai antecipar movimentos. Assim, enquanto não se pronunciar, não se sabe se realmente está fora do páreo. Ainda que isso seja relativo, afinal, o senador, mesmo não se candidatando, sempre será peça fundamental e, para onde pender, fará a diferença.
Se realmente apoiar Dimas, o pré-candidato do Podemos será altamente competitivo. Primeiro pelos próprios predicados. O ex-prefeito de Araguaína é um grande gestor e exímio planejador. Quando assumiu o município em 2013, fez um planejamento de gestão para 20 anos. Nos dois primeiros passou apanhando, enquanto elaborava projetos e corria atrás de recursos. Quando deu o “start”, a cidade virou o que virou e sabemos hoje que Araguaína existe antes e depois de Dimas.
Além das obras estruturantes e de atrair muitos investimentos, o ex-prefeito garantiu equilíbrio fiscal ao município e o tão desejado triplo A na Secretaria do Tesouro Nacional.
Assim, Dimas será um candidato extremamente forte se unir sua capacidade de gestão à musculatura política de Gomes, que conta com sólido apoio por todos os municípios tocantinenses, em função do bom e estreito relacionamento que construiu com os líderes municipais ao longo das décadas, da destreza na relação política e, por consequência dela, da destinação de milhões de reais em recursos federais para as prefeituras.
A base palaciana, contudo, não jogou a toalha sobre a possibilidade de ter Gomes no palanque do governador interino Wanderlei Barbosa (sem partido). Há aqueles que realmente não acreditam nesse apoio, mas também os que asseguram que o jogo só termina quando o juiz apita e defendem que, sim, o senador pode estar no lado governista, trabalham por isso, e, avisam, com afinco.
Se isso ocorrer, como alguém que acompanha, de muito perto, eleições neste Estado há 20 anos, digo sem medo de errar que é pouco provável que o governo seja vencido. Seriam postas em movimento do mesmo lado duas forças políticas que garantiriam hegemonia quase total à candidatura de reeleição de Wanderlei.
Porém, nas diversas conversas que mantive no final de semana, com fontes de todo o Estado, essa tese de Gomes no palanque do Palácio é a mais fraca neste momento. Poucos acreditam nisso.
Mas confirmam o que a coluna está defendendo: para o lado que o senador pender, ele fará total diferença.
Isso é unânime.
CT, Palmas, 14 de fevereiro de 2022.