É totalmente descabida a proposta do edital de licitação do trecho da BR-153 entre Anápolis (GO) e Aliança, que vai a leilão dia 29, no que diz respeito ao prazo para o efetivo início da duplicação no lado tocantinense: 20 anos! Por isso, são muito oportunas as manifestações do coordenador da bancada federal, deputado Tiago Dimas (SD), e do presidente da Associação Tocantinense de Municípios (ATM) e prefeito de Talismã, Diogo Borges (DEM). Conforme o projeto da Agência Nacional de Transporte Terrestre (ANTT), dos 173,93 quilômetros do trecho localizado no Estado, 75% teriam a duplicação iniciada somente daqui a duas décadas. Por outro lado, a parte goiana estará 70% pronta nos primeiros dez anos.
A informação é de que nos próximos 20 anos serão duplicados alguns trechos urbanos e uns 10 quilômetros no Tocantins, uma “esmolinha” para que não reclamemos. O restante só querem começar depois de duas décadas. Como muito bem lembrou o presidente da ATM, Diogo Borges, se a duplicação vai demorar, os pedágios, não. Serão imediatamente instalados. Ou seja, ficaremos pagando 20 anos para fazer as obras no lado goiano, sofrendo todas as agruras que a rodovia hoje nos oferece. É uma absurda e inominável discriminação ao Estado.
Também lembrou corretamente o deputado Tiago Dimas a tendência de que, em 20 anos, os próprios veículos sequer sejam do modelo atual de combustão, a indústria estará em uma nova era e a duplicação ainda não terá se tornado realidade para os tocantinenses.
O governador Mauro Carlesse (sem partido) chegou a propor ao presidente Jair Bolsonaro a criação de duas frentes de trabalho, concomitantes, uma saindo de Aliança e outra de Anápolis, até se encontrarem. Essa é a proposta mais justa, que contemplaria os dois Estados.
Ninguém desconsidera a importância dessa duplicação e o competente trabalho do ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes Freitas, um dos poucos que se salvam no desastrado governo Jair Bolsonaro. Essa obra é uma reivindicação de décadas, fundamental para o escoamento da produção e para salvar vidas.
Mas não é aceitável que venha se realizar dessa forma discriminatória, como se o governo Bolsonaro estivesse dizendo que o Tocantins é um Estado menos importante e, assim, pode esperar mais 20 anos, enquanto paga as obras no trecho goiano. É uma afronta!
Essa injustiça precisa ser revista e, para isso, todos os líderes tocantinenses devem ser mobilizados.
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Post Scriptum
Nem agora, nem nunca – O Brasil passa a ter uma grande dívida como ministro do STF, Luís Roberto Barroso, que determinou nessa quinta-feira, 8, que o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), instale a CPI da Covid. Estão muito equivocados os que dizem que não é hora de achar os culpados pelo genocídio que deixaram ocorrer pela falta de condução competente e responsável desta crise. Se o País deixar para depois, esses criminosos genocidas sairão impune. Diz que não é momento quem, na verdade, não quer investigar nem agora, nem nunca.
Rachadinha e a CPI da Lava Toga – O presidente Bolsonaro, como é de seu costume, tenta criar mais uma fake news ao dizer que Barroso se omite ao não determinar ao Senado a instalação de processos de impeachment também contra ministro do STF. Fala como se a decisão dessa quinta tivesse saído do nada, quando o magistrado foi provocado por uma ação movida pelos senadores Jorge Kajuru e Alessandro Vieira, do Cidadania. Quem não demonstrou interesse em investigar ministro do STF foi o filho do presidente, senador Flávio Bolsonaro, que, até o pescoço mergulhado na “rachadinha” (peculato, roubo de dinheiro do contribuinte), agiu para abafar a CPI da Lava Toga.
Todo mérito a Andrade – Deputados ligados a Porto Nacional não ficaram muito satisfeitos com todo o mérito pelas UTIs que serão implantadas na cidade ter sido dado pelo governador Mauro Carlesse ao presidente da Assembleia, Antônio Andrade (PTB). Mas, mais uma vez, mostrou que Andrade tem elevadíssimo prestígio no Palácio Araguaia.
Bora arrumar as gavetas – O presidente da Câmara de Gurupi, Rodrigo Maciel, disse ao portal Atitude que não sabe dizer se vai haver mudanças na comissão do PSL local com a filiação da prefeita Josi Nunes e de Carlesse. Seria bom já irem arrumando as gavetas. É remotíssima a possibilidade de que, com essa brusca alteração, tudo fique como está.
CT, Palmas, 9 de abril de 2021.