Presidente da República entre 1926 a 1930, Washington Luís também foi governador de São Paulo de 1920 a 1924. Em sua campanha de governador, como era prioridade de sua gestão o povoamento do interior paulista, adotou como lema “Governar é abrir estradas”, o que lhe resultou no apelido de “Estradeiro”. Construir estradas é, sem dúvida, sinônimo de desenvolvimento social e econômico.
Contudo, tão importante quanto construir estradas é mantê-las. E é esse pecado que o Tocantins vem cometendo há anos por total e absoluta falta de planejamento, como já abordado por esta coluna faz alguns dias.
O sofrimento de motoristas por nossas estradas está normalizado. Só abrir qualquer dia uma página de rede social e verá vídeos e fotos à vontade. Lembro-me das histórias contadas pelos antigos do Estado sobre as viagens que tinham que fazer a Goiânia ou Brasília há 40 ou 50 anos. Levavam-se dias. Tudo bem, não chegamos a tanto, mas que a precariedade de muitos trechos de rodovias estaduais nos remetem àquele tempo, isso é verdade. Quem sai de Palmas para Natividade ou, aqui pertinho, de Luzimangues para as chácaras via estrada para Barrolândia, enfrenta um pesadelo dos mais absurdos. Desperdício de tempo, perdas financeiras (pneus, amortecedores, etc.) e, o pior, queda da produtividade de um Estado que tem pressa para se desenvolver e risco para vidas humanas. Quantos amigos se foram ao tentar desviar de um buraco ou cujos carros foram destruídos por outro que tentava a igual manobra?
Por isso que o Plano de Pavimentação, Recuperação e Conservação de Rodovias, de R$ 700 milhões, anunciado nessa segunda-feira, 13, pelo governador Wanderlei Barbosa (Republicanos) é mais do que bem-vindo. É essencial. Para além das disputas pequenas eleitoreiras, o Estado precisa, urgentemente, fazer esse investimento. Assim, a declaração do governador na solenidade no Palácio Araguaia, de que essa recuperação é “para agora” animou os prefeitos e anima a população e o setor produtivo, cansados desse drama diário.
Essa assertiva de Wanderlei gera a confiança de que o anúncio não será meramente eleitoral, mas que resultará em ação concreta, o que todos esperam.
Mas é preciso reafirmar a necessidade de que a manutenção das estradas do Tocantins não fique apenas na dependência da vontade de um governante — como Wanderlei, que é filho do Estado e o percorre toda semana — para se sensibilizar e providenciar sua execução. Devemos transformá-la em política permanente de Estado, obrigação de quem esteja no Palácio Araguaia, seja ele quem for.
Fora isso, passadas as eleições, começam as chuvas e população e setor produtivo logo, logo estarão de novo mergulhados no mesmo drama de sempre.
CT, Palmas, 14 de junho de 2022.