As especulações de que a ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, poderá ser candidata a deputada federal pelo Tocantins devem ligar o alerta do povo do Estado. Não só por se tratar de uma ministra medíocre, que expressa toda essa caterva que emergiu ao Poder em Brasília e nos fez regressar à Idade Média. Principalmente porque não conhece o Tocantins, seu povo, história, seus valores, seus abismos sociais e todos os seus problemas. Esse tempo em que se importava figuras ilustres para se eleger aqui acabou. E, pessoalmente, vou trabalhar para enterrá-lo porque é um absurdo que isso ocorra com o Estado já resvalando os seus 33 anos. Há tocantinenses qualificados o suficiente para nos representar e não precisamos importar, sobretudo, quem não tem valor político para tal.
No passado, quando o siqueirismo era hegemônico, essa importação ocorria, caso do radialista Maurício Rabelo, eleito deputado federal do Tocantins em 2002, aproveitando-se da fama regional por conta de sua presença no Estado via Rádio Nacional.
Em 2006, o siqueirismo tentou colocar um cantor de pagode, Vavá, vocalista da banda Karametade. Ele chegou a se mudar para Arse 82, onde eu morava na época. Sei disso porque passava pela praça da quadra e o via tocando violão e tomando umas sem camisa, enquanto aguardava a definição de seu destino eleitoral. Não deu certo, graças a Deus. Pensa uma figura dessas representando o Tocantins na Câmara. Muita falta de bom senso.
Em 2009 o grupo do ex-prefeito Raul Filho começou a ensaiar uma candidatura a senador do técnico de futebol Vanderlei Luxemburgo para as eleições de 2010. Ele teria dado um endereço falso e chegou a ser condenado pela Justiça Eleitoral.
Voltou a rondar o Estado há alguns anos, como empresário de comunicação, jurando por tudo quanto é sagrado, segundo uma funcionária dele me disse, que não é candidato a nada. Ao contrário do que me garantem algumas pessoas próximas, de que ele teria, sim, intenção de virar senador do Estado. O tempo dirá.
No início de 2018, fui procurado por um parente de São Paulo, que falava em nome de um cantor de uma famosíssima dupla sertaneja, pedindo meu apoio para seu projeto de ser candidato a deputado federal pelo Tocantins. Avaliava o sujeito que seria mais fácil se eleger em nosso Estado. Soltei os cachorros, claro. E avisei que, se tentasse, eu seria o primeiro a me insurgir contra. E vou para cima mesmo.
Absurdo que nós, que vivemos aqui, que sorrimos com as nossas conquistas e choramos com os nossos fracassos, que trabalhamos arduamente para construir este Estado tijolo a tijolo, possamos eleger oportunistas, sem qualquer relação com o Tocantins. Não tem outro nome. Quem tenta isso é um oportunista, deixo bem claro e falo olho no olho, se preciso for, com a maior tranquilidade do mundo. Não apoio e trabalho contra.
Seria muito “complexo de vira-lata” eleger candidatos “estrangeiros”, que depois sabe lá quem ou o quê vão representar.
Mais que rejeitar essa manobra vil de se chegar ao Poder, o eleitorado tem é que marcar políticos tocantinenses que possam dar guarida a esses oportunistas e repudiá-los porque trabalham contra os interesses do Estado. Devem ser expurgados da política quem avaliza a atuação desses aventureiros.
Políticos do Tocantins que se tornam anfitriões de “paraquedistas” não têm compromisso com o Estado nem estão fazendo isso de graça. Estão lucrando em troca de agir contra os interesses do povo tocantinense.
A eles todo o meu repúdio. E com toda a veemência.
CT, Palmas, 21 de junho de 2021.