Um dos maiores cientistas do mundo, o médico brasileiro Miguel Nicolelis afirmou, em entrevista à CNN nessa segunda-feira, 10, que, diante do avanço da Ômicron, o Brasil pode chegar a março com mais de 2 milhões de casos diários da Covid-19, se o foco do país neste momento não for “quebrar a transmissão do vírus”. Para ele, não há outra receita, além da vacinação, uso de máscaras e isolamento social.
A nova onda da Covid-19 não promete produzir efeitos somente no eixo Rio-São Paulo. Como ocorreu nas outras duas, o Tocantins também será engolido pelo tsunami. É inescapável.
Todos estamos fartos disso e temos plena consciência de que a economia não suportaria mais um período de fechamento imposto por medidas restritivas para salvar vidas. Portanto, a sociedade civil e Poder Público precisam agir agora. Neste momento. Ou não haverá outro caminho.
É neste sentido que estão corretíssimas as medidas anunciadas pela prefeita de Palmas, Cinthia Ribeiro (PSDB), na tarde desta terça-feira, 11: a suspensão de eventos de qualquer natureza em espaços públicos, inclusive, do Palmas Capital da Fé e comemorações no período do feriado do carnaval; o reforço da fiscalização sobre o cumprimento dos protocolos sanitários, a cobrança do comprovante de vacinação em eventos com mais de 200 pessoas e a reativação dos leitos hospitalares do Estado exclusivos para Covid-19, para somar aos mantidos pela Prefeitura de Palmas.
Em seu comunicado no Twitter, Cinthia ainda tocou não ponto crucial: essas medidas só terão sucesso se houver o engajamento da população. É isso.
Temos como certo que esse imenso tsunami está previsto para chegar em março. Se Estado, município e sociedade civil agirem agora, ele poderá ser menor, a economia continuará funcionando normalmente (ainda que com as devidas medidas sanitárias) e, o melhor, dezenas ou centenas de vidas de palmenses e tocantinenses serão salvas.
Todos, sem exceção, precisam estar envolvidos: o Poder Público com a imposição de medidas sanitárias [aproveitando: desobrigar uso de máscaras neste contexto é uma baita piada de mau gosto] e com a estruturação de postos de saúde e hospitais; empresários fiscalizando o uso de máscara e o distanciamento em seu estabelecimento; e o cidadão utilizando os equipamentos de proteção e respeitando os protocolos estabelecidos.
Se todos tiverem essa consciência, hospitais não ficarão sobrecarregados, evitaremos morte e manteremos o faturamento das empresas e os empregos.
Contudo, se algum elo dessa corrente falhar, não haverá outra saída que não sermos tragados pelas ondas pavorosas da morte, do fechamento de empresas e do desemprego.
O desafio está posto e cabe a nós decidirmos o que vamos querer, sabendo que chorar e protestar durante ou depois da tragédia de anda vai adiantar.
CT, Palmas, 11 de janeiro de 2022.