Os movimentos pré-eleitorais do Tocantins, neste momento, servem mais para gerar confusão do que esclarecimento. Tudo pode ocorrer daqui às convenções de julho e a cada dia surge uma novidade diferente. Semana passada ganhou força a especulação de uma candidatura do senador Irajá (PSD) ao governo e nessa terça-feira, 1º, veio a executiva nacional do PSB sugerindo que o ex-juiz Márlon Reis enfrente sua terceira disputa pela principal cadeira do Palácio Araguaia. Muitas outras hipóteses e especulações aparecerão nos próximos dias e semanas.
Mas haverá uma linha divisória que dará contornos mais claros ao que podemos esperar para as eleições de outubro. Ela se dará em março, quando haverá a “janela partidária”, com revoadas diversas de deputados de um lado para outro. O assentamento dos pré-candidatos de mandato sinalizará os rumos que a pré-campanha tomará até as convenções.
No entanto, muitos deles cobram posição de pré-candidatos a governador para que possam decidir qual “rua” vão tomar. O exemplo mais citado é do senador Eduardo Gomes (MDB). Parlamentares disseram à coluna que é preciso que ele diga antes de março se vai para a disputa pelo Palácio ou se estará no palanque do ex-prefeito de Araguaína Ronaldo Dimas (Podemos).
Se Gomes confirmar a intenção de competir, o cenário é um. Se for apoiar Dimas, é outro. E cada um deles exigirá uma tomada de decisão diferente de aliados dos dois lados.
E Laurez Moreira (Avante), como fica no caso de uma candidatura de Gomes ou Dimas? Se manterá com um ou outro? Pode ser vice? Ou buscará consolidar sua candidatura ao Palácio alinhando-se à terceira via? Ou é mesmo possível compor com o governador Wanderlei Barbosa (sem partido), como todo dia se especula e todo dia ele nega?
E na terceira via? Paulo Mourão conseguirá mesmo que o PT permita, enfim, sua candidatura a governador? Ataídes Oliveira permanecerá no Pros, do qual perdeu o comando, ou pode saltar de barco para ter um partido nas mãos e garantir legenda para outubro?
O deputado federal Osires Damaso (PSC) vai seguir firme no seu intento de disputar o governo, como tem afirmado, ou poderá refluir lá na frente e buscar a reeleição?
São muitas as questões que precisam ser respondidas até julho, mas que começarão a ficar mais evidentes a partir de março. Conforme os mandatários saltarem de seus galhos e revoarem para outros ninhos, a força conquistada pelos pré-candidatos a governador ficará mais clara e, naturalmente, haverá a seleção. Os que não se robustecerem vão ter que refluir para concorrer ao Legislativo, ou até poderão ficar de fora das eleições.
Claro, como tenho reforçado, sempre haverá aquele que, candidato de si mesmo, vai de qualquer jeito, cego e surdo, a passos largos, para mais uma fragorosa derrota.
Contudo, os que sabem ler melhor o cenário terão a sabedoria necessária para entender se está ou não em seu momento.
Quando as águas de março fecharem o verão, tudo isso ficará mais claro para todos nós.
CT, Palmas, 2 de fevereiro de 2022.