Jantei em 2005 com o presidente nacional do PRTB, Levy Fidelix, na Praia da Graciosa. Dias antes, numa tarde, ele me ligou reclamando que o então governador Marcelo Miranda (MDB) não estava cumprindo o acordo de entregar uma secretaria ao partido.
Marcelo havia saído da União do Tocantins e, para enfrentar o ex-governador Siqueira Campos em 2006, buscava o apoio de todas as legendas. E todos os novos aliados também reclamavam que não haviam sido contemplados com espaço na máquina.
Para resolver o impasse, o governador, então, filiou secretários do governo nos novos partidos – PPS (hoje Cidadania), PDT e MDB. A chiadeira continuou, sobretudo no MDB, sigla para o qual Marcelo havia acabado de retornar.
O partido pressionou tanto que acabou recebendo algumas pastas de primeiro e segundo escalões. Reuniu-se para definir as indicações e enviou, após horas de intensas discussões, a relação para a imprensa. Publicamos num dia, no outro teve cacique que já questionou os nomes propostos e nova crise irrompia. Ou seja, como se diz nas redes atualmente, o MDB foi MDB.
Um dos insatisfeitos era o PRTB de Levy Fidelix. Dias depois da primeira ligação, ele entrou em contato de novo, com um convite para o jantar. Estava bem chateado. Coloquei a situação para ele, de insatisfação geral. Porque Marcelo entendia que os novos partidos não tinham o governo, mas o governador. Para ter o governo, teriam que reelegê-lo em 2006.
O que ficou do encontro foi a gostosa conversa de Levy. Uma pessoa muito agradável, com muitas histórias apetitosas sobre os bastidores do Poder. Rimos muito, comemos e nos despedimos.
Claro, ele voltou a São Paulo sem a secretaria que veio buscar para o PRTB.
Descanse em paz, companheiro, e obrigado pelo papo inesquecível.
CT, Palmas, 24 de abril de 2021.