Em entrevista exclusiva à Coluna do CT semana passada, o senador Eduardo Gomes (PL) colocou por terra qualquer especulação de que estaria trabalhando de alguma forma para viabilizar uma candidatura a governador de seu colega de Parlamento senador Irajá (PSD). Gomes descartou a possibilidade ao assegurar que o nome dele na corrida pelo Palácio Araguaia será mesmo o ex-prefeito de Araguaína Ronaldo Dimas (PL).
Tudo bem, todos entendemos claramente, agora que a movimentação em torno de uma pré-candidatura de Irajá é mais do que uma realidade, na verdade, está intensa, isso é inquestionável. Tenho conversado com muitos prefeitos e alguns deputados nos últimos dias e todos, sem exceção, confirmam que as articulações para viabilizar o senador nesta disputa pelo Palácio ganham volume e consistência a cada dia.
O que eles têm me colocado é um raciocínio bastante pragmático para tentar atrair Gomes, mas que avisa que não se deixa seduzir por isso: se o parlamentar do PL ou Irajá for governador em 2026, o que ficar no Senado terá reeleição assegurada. Mesmo que não possa contar com seu colega em seu palanque, o senador do PSD não tem nada a perder. Está no meio do mandato e, independente do resultado de outubro, continuará no Congresso por outros quatro anos.
Ainda que desfrute dessa vantagem, Irajá não seria um mero candidato coadjuvante, mas, caso decida disputar, terá muita competitividade, a ponto de dar sabor a esta pré-campanha extremamente insossa até aqui.
Organizado, o jovem senador surpreendeu na competência política ao conseguir se eleger em 2018 numa majoritária que se mostrou sem qualquer competitividade, e também ao fazer o terceiro maior número de prefeitos em 2020 — 22, mas hoje chegam a 52, além de 64 ex-prefeitos, 16 vice-prefeitos e 135 vereadores no rol do PSD.
Para além dessa grande estrutura da qual já dispõe, Irajá tem chamado os prefeitos para conversas individuais e em grupos, segundo contaram à coluna os chefes de Executivos municipais que participaram da assembleia da Associação Tocantinense de Municípios (ATM) semana passada.
Se com quatro nomes competitivos — governador Wanderlei Barbosa (Republicanos), Ronaldo Dimas, Osires Damaso (PSC) e Paulo Mourão (PT) — as eleições de 2022 já tinha garantido um segundo turno, com Irajá elas pegarão fogo e serão ainda mais difíceis para todos os lados.
Bom para os eleitores, que ganham mais opções, e de muita qualidade.
CT, Palmas, 21 de junho de 2022.