O secretário especial da Cultura de Jair Bolsonaro, Mário Frias, foi às redes sociais nesta segunda-feira, 15, para jogar os fanáticos bolsominions contra a decisão do governo do Tocantins de monitorar as redes sociais e rastrear celulares para evitar aglomerações, num momento de colapso da rede de saúde dos principais municípios do Estado por conta do avanço da Covid-19. No Twitter, Frias perguntou: “Vamos permitir?”, com a imagem de uma manchete da matéria sobre o tema.
Claro, a seguir vem uma enxurrada de alucinados bolsominions atacando a medida, como é típico desse grupo de aloprados. O fato é que o monitoramento das redes sociais e o acompanhamento dos serviços disponibilizados pelas empresas telefônicas, como bem explicou o secretário estadual da Segurança Pública do Tocantins, Cristiano Sampaio, têm unicamente o objetivo de evitar que aconteçam festas clandestinas e eventos sem autorização. Ou seja, é simplesmente usar da inteligência para impedir aglomerações que levem à contaminação de mais pessoas, a mais pressão sobre o sistema de saúde e a mais mortes. Não haverá acesso a dados pessoais, perfis ou mesmo número de telefone.
O interessante é que mais uma vez o governo Jair Bolsonaro tenta sabotar os esforços dos governadores para conter a Covid-19. Desde o início da pandemia que isso ocorre: desestimula o uso de máscaras, incentiva aglomerações, coloca em dúvida a eficácia das vacinas e prega medicamentos comprovadamente ineficazes para o tratamento da doença. Depois, covardemente, como é de seu perfil, culpa governadores, prefeitos e as medidas de isolamento social pelo crescimento absurdo de casos e mortes, numa afronta direta à ciência e aos protocolos mundiais de combate à doença.
Os ministros e secretários bolsominions, para ficar em alta com o chefe beócio, por óbvio, embarcam nessas sandices, e contribuem, assim, para atrapalhar esse esforço hercúleo dos Estados contra a doença no pior momento da pandemia. “Não há ministro que consiga trabalhar com a sabotagem de Bolsonaro”, disse, com toda a razão, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB).
Neste momento, o presidente Jair Bolsonaro tenta encontrar alguém para substituir o ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, que teve um desempenho pífio e que terá que responder à Justiça e ao Congresso por ações à frente da pasta, como no caso da falta de oxigênio em Manaus (AM) e pelo governo ter ignorado a oferta de vacinas já no início do segundo semestre do ano passado. Isso não deve mesmo passar em branco. Pazuello e Bolsonaro precisam ser responsabilizados por genocídio. Seja num tribunal internacional ou mesmo numa CPI.
Mas não será fácil substituir Pazuello por alguém sério. A médica Ludhmila Hajjar já rejeitou o convite: “Sou uma pessoa que pautou a vida nos estudos e na ciência. E vou continuar assim”, já deixou claro sobre os motivos.
Só alguém negacionista e anticiência consegue ficar num governo genocida e de mentalidade medieval. Uma pessoa normal, pró-ciência e com QI mediano não assume cargo nessa gestão, sob o risco de contribuir com mais sofrimentos para a população e de jogar seu nome e uma história de vida na lama.
Governo Bolsonaro é talhado para pessoas do tipo de Bolsonaro, Pazuello e Mário Frias. Alguém sério quer é distância dele.
CT, Palmas, 15 de março de 2021.
O post do secretário Mário Frias: