O deputado estadual Eduardo Siqueira Campos (União Brasil) é um dos mais profundos conhecedores dos bastidores da política do Tocantins. Invariavelmente, ou está envolvido diretamente nas articulações ou delas tem conhecimento detalhado. Assim, ao afirmar à Coluna do CT que “novos fatos podem e devem [atenção para este verbo!] ocorrer” e que “o quadro sucessório está totalmente em aberto”, claro que significa que vem mudança brusca à frente e um novo player emergirá para revirar o tabuleiro.
Como alguém que observa panoramicamente o cenário, ouso dizer que essa profunda alteração no quadro passará por dois atores que trabalham em silêncio mas com muita intensidade: os senadores Irajá (PSD) e Eduardo Gomes (PL).
Fato é que, como a coluna afirmou há alguns dias, a corrida sucessória neste momento está muito fria, diria até gelada, e não encanta os eleitores. É o que mais ouço nas ligações que recebo e leio nas mensagens que chegam no WhatsApp. Não é à toa que o pré-candidato do PSC, deputado federal Osires Damaso, conseguiu alçar voo. Além dos predicados que possui, o parlamentar encontrou um cenário de total pasmaceira, com o governador Wanderlei Barbosa (Republicanos) navegando em águas tranquilas, Paulo Mourão (PT) fazendo discurso só para os antibolsonaristas e Ronaldo Dimas (PL) ainda tentando convencer os líderes de que existe como pré-candidato, mas parece que fala para a parede e reverbera de volta.
Justamente essa apatia do quadro sucessório que deu consistência aos movimentos sugeridos por Eduardo Siqueira. O que se sabe é que reuniões têm ocorrido aos borbotões em Palmas e Brasília e que estão mexendo e engrossando o caldo, que pode verter a qualquer momento.
Se diz que a surpresa será grande, pela imensa musculatura que em produção, o que garantirá a reviravolta no cenário. Há quem fale numa candidatura de Irajá ao governo do Estado, numa composição impensável até o momento.
Há os que apostam numa candidatura surpresa de Gomes ao Palácio. O senador é hoje o principal líder do Estado, ao lado do governador Wanderlei, e é desejo de 11 entre 10 de seus prefeitos, vereadores e deputados que ele coloque seu nome na disputa, e que não terceirize isso. Sem sim nem não, Gomes se mantém em silêncio, sinalizando para Dimas, mas também sem se declarar pronta, aberta, total e claramente.
O que vem por aí, sinceramente não sei, mas não tenho a menor dúvida ao reforçar que, seja o que for, direta ou indiretamente, passará por Gomes e Irajá, com a deputada federal Dorinha Seabra Rezende (UB) certa para o Senado.
É esperar, angustiosamente, para ver.
CT, Palmas, 8 de junho de 2022.