O presidente da União dos Vereadores do Tocantins, Terciliano Gomes (PSD, Araguaína), afirmou à Coluna do CT que a entidade mantém dentro da normalidade os atendimentos que faz aos parlamentares municipais e o cronograma da eleição, que está prevista para o dia 5 de maio. Apesar de um grupo de vereadores ter anunciado nessa segunda-feira, 17, a criação da União dos Vereadores Tocantinenses (UVT), Terciliano disse ainda não ter sido informado pela comissão eleitoral da desistência da chapa de oposição, encabeçada pelo presidente da Câmara de Araguatins, Miguel do Cajueiro (UB). O candidato de situação é vereador de Araguaína Enoque Neto (Republicanos).
75% COM ENOQUE
Para Terciliano, a criação da nova entidade – a UVT – se deve ao fato de a oposição “saber que vai perder a eleição e que Enoque tem os votos de 75% dos vereadores”.
APENAS 19
O presidente da Uvet afirmou que não é verdade que foram mais de 50 presidentes de câmaras que decidiram na reunião dessa segunda criar a UVT. Terciliano disse que “as fotos deixam claro” que, presidentes mesmo, eram 19 e, no total, 41 vereadores.
MAIS DE 70 CÂMARAS PERMANECEM
Ele ainda afirmou que mais de 70 de câmaras permanecem filiadas e, até agora, entre seis e oito pediram desfiliação. “Em alguns casos, como Dianópolis e Alvorada, a desfiliação foi uma decisão monocrática do presidente, que não ouviu os vereadores”, avaliou.
VAI TRABALHAR PARA FILIAR AS 139
À coluna, Cajueiro voltou a reforçar que a reunião dessa segunda contou, sim, com mais de 50 presidentes de câmara. E avisou que vai trabalhar para trazer as 139. O presidente da nova entidade disse que já abriu conversação com o governo do Estado – quer estar com o governador Wanderlei Barbosa (Republicanos) nos próximos dias – e com as bancadas estadual e federal. O presidente citou deputados como Alexandre Guimarães (Republicanos), Olyntho Neto (Republicanos), Fabion Gomes (PL), Eduardo Mantoan (PSDB) e outros.
NOVA ENTIDADE
Cajueiro explicou, contudo, que ele e seus vereadores não estão retomando a antiga União dos Vereadores do Tocantins (UVT), mas que criaram outra entidade, com novo CNPJ, a União dos Vereadores Tocantinenses (UVT). Porém, admitiu que pretende quitar os débitos da antiga UVT e unificar as duas numa só entidade. Seria interessante, defende o presidente, porque a velha união conta com um patrimônio de R$ 2 milhões, que poderiam ser utilizados para a construção de sede.
XERIFE
O presidente da UVT defendeu que a criação da nova entidade foi o caminho escolhido por conta “da falta de transparência e de lisura” da atual gestão da Uvet. “Na canetada, Terciliano queria eleger o Enoque como xerife, mas continuar mandando na entidade”, atacou. Para Cajueiro, a atual direção não convocou a eleição dentro do prazo legal de 180 a 30 dias antes do fim do mandato. Segundo ele, ocorreu apenas dois dias antes do fim do mandato do atual presidente.
OUTRO PROBLEMAS
Além disso, o oposicionista disse que a Uvet está com as contas bloqueadas, com dívida de mais de R$ 200 mil, filiando câmaras simpáticas a Enoque até agora para votar e rejeitando as que não acompanham o candidato de situação. Caujeiro ainda apontou que não tem acesso à lista de vereadores aptos a votar e que “todos discordam” da votação online escolhida por Terciliano e defendem o voto presencial.
NEGA IRREGULARIDADES
Terciliano negou que a Uvet tenha dívida e afirmou ter pago quase R$ 300 mil da antiga UVT. Segundo ele, as câmaras que se filiarem após 27 de março – data da convocação da eleição – não terão direito a voto. Sobre o voto online, o presidente insistiu, como já havia dito à coluna, que nem todas as câmaras têm recurso para pagar diárias para vereador vir a Palmas votar e que o modelo remoto é seguro, confiável e garante, democraticamente, os votos de todos os filiados.
PREFERIRAM TUMULTUAR
Terciliano negou qualquer irregularidade na condução do processo eleitoral. “Se houvesse, a oposição tem jurídico e derrubaria na Justiça. O que acontece é que sabem que vão perder e preferiram tumultuar”, disse o presidente.