O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou na sexta-feira, 8, Dia Internacional da Mulher, a terceira edição do estudo de estatísticas de gênero. O levantamento trouxe dados de ocupação, divisão de tarefas domésticas, saúde, gravidez, expectativa de vida e representatividade feminina na política.
MULHERES NAS ESTRUTURAS DE PODER
Sobre o acesso às estruturas de poder e aos processos de tomada de decisão, uma queda da participação de mulheres tocantinenses na Câmara Federal. Elas eram 37,5%, em 2017; passou para 25%, em 2020; e 0%, ou seja, nenhuma representatividade feminina, em 2023. Sendo que das 221 candidaturas para a Casa, 60 (37,3%) foram de mulheres. No Senado, das três vagas, uma é de Dorinha Seabra (33%).
PREFEITURAS E CÂMARAS
Quando analisada a situação das Câmaras de Vereadores do Tocantins, em 2023 apenas 16,4% das cadeiras eram ocupadas por mulheres. Em 2016, a representação era um pouco menor: 15,6%. Já em relação ao cargo máximo do Poder Executivo local, as mulheres ocupavam 14,4% (20) das prefeituras tocantinenses, em 2020, ano da última eleição. Em relação a 2016, houve queda, pois a representação era de 17,3%.
OUTROS DADOS
De acordo com o levantamento, em 2022, entre as mulheres tocantinenses de 15 a 24 anos, 22,4% não estavam ocupadas, não estudavam e não estavam em treinamento, enquanto entre os homens na mesma faixa etária esse percentual foi de 10%. No Tocantins, as mulheres dedicaram aos cuidados de pessoas ou afazeres domésticos quase o dobro de tempo que os homens (19,7 horas contra 11,5 horas). O indicador “número médio de horas semanais” é de extrema importância para dar visibilidade ao trabalho não remunerado, realizado, principalmente, pelas mulheres, reforça o IBGE.
SAÚDE DA MULHER
A saúde da mulher também foi um dos temas abordados pelo estudo. A pandemia de Covid-19 provocou aumento no número de mortes e queda nos nascimentos. Segundo as estatísticas de nascidos vivos, no Tocantins, houve uma redução de aproximadamente 1.922 nascimentos entre 2010 e 2022, o que representa cerca de 7,9% de diminuição. Em 2010, foram registrados 24.471 nascimentos contra 22.549, em 2022. Percebe-se que, no período, ocorreram algumas variações tímidas com quedas, principalmente, em 2016 (23.870), devido à crise do zika vírus; e em 2020, devido a pandemia (23.729)
MATERNIDADE
A postergação da decisão de ter filhos para idades mais avançadas alinha-se à tendência de aumento da participação das mulheres no mercado de trabalho e ao aumento da escolarização. Outro dado que reflete esse cenário é a queda da taxa específica de fecundidade de mulheres de 15 a 19 anos. Em 2011, o indicador era de 87,7%, apresentando declínio nos anos subsequentes, até chegar em 2022 a 73,2%.
MORTALIDADE
A razão de mortalidade materna compreende as mortes de mães atribuídas a causas ligadas à gestação, parto e puerpério (até 42 dias após o parto), por 100 mil nascidos vivos. A análise dos dados revelou que no Tocantins, em 2010, o indicador foi de 76,8 óbitos por 100 mil nascidos vivos. Em 2018, a razão de mortalidade materna registrou o menor patamar (31,6 mortes por 100 mil nascidos vivos) e, em 2021, com o período crítico da pandemia, o maior (227,4 óbitos). Em 2022, a taxa recuou, registrando 102 mortes por 100 mil nascidos vivos.