O presidente da Assembleia Legislativa, Toinho Andrade (PHS), recebeu na manhã desta terça-feira, 19, a presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Tocantins (Sindjor), Alessandra Bacelar, após as polêmicas nomeações de políticos em cargos de comunicação na Casa de Leis. Além de cobrar nomeações técnicas para a área de comunicação, a entidade aproveitou para apresentar uma série de demandas da categoria. O deputado pediu desculpas pelo “equívoco” que foi a indicação do ex-prefeito Homero Barreto. O caso de Gilvane Pereira não foi citado especificamente.
A Assembleia Legislativa foi alvo de repúdio após nomear para a Diretoria de Comunicação, Homero Barreto, ex-prefeito de Itaguatins. No Diário Oficial subsequente, a Casa de Leis ainda trouxe a nomeação de Gilvane Pereira Amaral, ex-gestor de Monte do Carmo, na coordenação de operações da Fundação Rádio e Televisão do Parlamento (Fundaleto), a TV Assembleia. A situação do segundo tem o agravante por este já ter sido condenado por improbidade administrativa, já ter sido cassado e ainda estar ativo como funcionário no gabinete da senadora Kátia Abreu (PDT).
Após receber as reivindicações, Toinho Andrade disse que a intenção dele como presidente é ser parceiro dos jornalistas. “Queremos aqui de forma diferenciada prestigiar todas as entidades, principalmente os jornalistas do nosso Estado. Aqui vocês vão ter o gabinete de portas abertas e a disposição de vocês para o que for necessário”, destacou o deputado, que em seguida pediu desculpas à entidade pelo “equívoco” que foi a contratação de Homero Barreto para o cargo de Diretor de Comunicação da Assembleia Legislativa. O Diário Oficial de segunda-feira, 19, já corrigiu o erro. O político foi para a Diretoria da Escola do Legislativo.
Apesar de não citar especificamente as nomeações dos ex-prefeitos, o Sindjor reforçou a questão da contratação de profissionais de comunicação para os cargos de competência técnica da área. “Pedimos ao senhor e demais deputados que quando for autorizar a contratação de pessoas para os cargos da área de comunicação e de assessor que seja observado o perfil técnico, ou seja se está habilitada a atuar no cargo. Temos aí um número de profissionais bons no mercado que hoje estão desempregados, e poderiam estar atuando nessas áreas. Isso evita um desgaste com a categoria e principalmente o descrédito com a população”, esclareceu.
Os representantes do sindicato aproveitaram para elogiar a indicação do jornalista Edvaldo Rodrigues para o cargo de Diretoria Geral de Comunicação e Publicidade. “Queremos externar a nossa felicidade de termos aqui na Assembleia Legislativa, um colega e bom profissional competente como o Edivaldo, a frente da Diretoria Geral de Comunicação que é um profissional bem referenciado pela categoria. Colocamos o sindicato a disposição para o que for necessário”, disse a presidente.
Outra reivindicações
Também representado pelo vice-presidente Socorro Loureiro e pelos diretores Júnior Veras, Terciany Lima e Álvaro Vallim, o Sindjor aproveitou a reunião para apresentar outras demandas da categoria, como a regulamentação da carga horária de 25 horas semanais para jornalistas, repórteres fotográficos e cinematográficos.
“Existe uma Lei Federal desde 1969, que estabelece 25 horas semanais para a classe, mas que ainda não é reconhecida pelo Estado. Sendo esta uma das principais bandeiras da categoria: conseguir fazer a regulamentação da lei em âmbito estadual”, destacou a presidente Alessandra Bacelar.
A sindicalista também chamou atenção para a questão do reajuste salarial do cargo de assessor de comunicação, pois o piso se encontra defasado em relação ao mercado. “O cargo foi criado em 2015, com salário no valor de R$2,1 mil e desde então permanece defasado, sem reajuste, conforme a correção da inflação, em relação ao piso salarial estadual da categoria, que se encontra no valor de R$ 2.476,84 e nem em relação a outros cargos da estrutura da AL”.
Outra demanda apontada pela presidente foi em relação a estruturação da TV Assembleia. “Sabemos que o senhor pretende ampliar o sinal, expandido para outros municípios, mediante isso, queremos aproveitar para pedir a estruturação da televisão, dando melhores condições de trabalho, bem como ampliando o quadro de profissionais na estrutura, tendo em vista que a mesma será ampliada e com certeza será necessária a implementação de novos programas na grade”, avaliou.
A abertura de vagas para jornalistas, repórteres fotográfico e cinematográfico em concurso público também esteve na pauta. “Temos alguns profissionais que estão próximos de se aposentar e queremos ter a garantia de que essas vagas sejam ocupadas mediante concurso público” lembrou a presidente.
Por fim foi cobrado melhores condições de trabalho para a imprensa na bancada dos jornalistas da Assembleia Legislativa. “Temos ali hoje, profissionais sendo prejudicados na hora de desempenhar o seu trabalho, tendo que disputar espaço ocupado por populares que visitam a Assembleia”, concluiu Alessandra Bacelar.
Retorno
Toinho Andrade deu breve retorno sobre as demais reivindicações. O deputado disse que vai fazer um levantamento para ver a viabilidade de levar o sinal da TV Assembleia para as 20 maiores cidades do Estado.
“É uma forma de atingirmos uma média de 700 a 800 mil pessoas nas maiores cidades. Queremos mostrar o trabalho dos deputados e fazer uma prestação de contas de uma forma mais rápida para a sociedade. Com isso, vamos procurar prestigiar a classe e dar oportunidade para os jornalistas”, afirmou.
Em relação aos trabalhos da imprensa na bancada no Plenário, Toinho Andrade disse que já observava bem antes o local de trabalho “com tristeza”. “Assim que assumi, chamei o Edivaldo e pedi para fazer a compra de novos bancos para imprensa e a confecção de crachás para o acesso ao local. Lá será área exclusiva da imprensa, só poderá entrar quem estiver credenciado com o crachá”, ressaltou.
Ao final foi da reunião foi entregue um ofício ao presidente da AL com as demandas do Sindjor.