Morreu neste sábado, 17, o empresário e apresentador Silvio Santos. Ele tinha 93 anos. Estava internado na capital paulista desde o início de agosto. A informação foi confirmada pelo Sistema Brasileiro de Televisão (SBT), emissora da qual ele era proprietário.
A família do apresentador lamentou a morte em uma publicação nas redes sociais. “Hoje o céu está alegre com a chegada do nosso amado Silvio Santos. Ele viveu 93 anos para levar felicidade e amor a todos os brasileiros. A família é muito grata ao Brasil pelos mais de 65 anos de convivência com muita alegria”, afirmou.
Das ruas para o rádio
Conhecido como o homem do Baú da Felicidade, Silvio Santos nasceu na Lapa, no Rio de Janeiro, em 1930. Senor Abravanel – seu nome de batismo – era filho de imigrantes judeus e tinha cinco irmãos. Dono de uma voz e risada marcantes, a história dele se confunde, desde os anos 60, com a da própria televisão no Brasil.
Aos 14 anos, começou a trabalhar como camelô, no centro do Rio. Pego por um fiscal da prefeitura, que enxergou talento no vendedor, Abravanel foi levado pela primeira vez para fazer teste numa rádio. Começava aí a carreira do comunicador.
Televisão
O empresário iniciou sua carreira, nos veículos de comunicação, como locutor na Rádio Nacional de São Paulo na década de 1950, na mesma época em que assumiu a empresa Baú da Felicidade, do amigo Manuel de Nóbrega. Na década seguinte, passou a apresentar programas televisivos na antiga TV Paulista, que foi adquirida posteriormente pela TV Globo. Seus primeiros passos na televisão foram no programa “Vamos brincar de forca”.
Na década de 1960 tem início o programa com seu nome na TV Globo, o Programa Silvio Santos, que inicialmente era exibido apenas para a praça de São Paulo. A atração só passaria a ser transmitida em rede nacional em 1969. O programa tinha oito horas de duração e tornou o apresentador uma das estrelas da TV brasileira.
Em 1975, uniu de vez as carreiras de apresentador e de empresário. O então presidente da República Ernesto Geisel assinou a outorga de um canal de TV no Rio de Janeiro, embrião para a fundação, em 1981, do SBT.
No SBT, apresentou programas que fizeram história na televisão brasileira, como Show de Calouros, Porta da Esperança e Topa Tudo por Dinheiro. Silvio passava várias horas no ar todos os domingos, recebendo pessoas comuns que participavam de gincanas variadas, geralmente em troca de pagamento em dinheiro.
Mesmo a plateia poderia sair com um dinheiro a mais no bolso. Bastava pegar um dos inúmeros aviõezinhos feitos com cédulas e jogados pelo apresentador, uma das suas marcas registradas ao longo de décadas.
Política, homenagem e polêmicas
Em 1989, Silvio Santos tentou concorrer à presidência da República, na primeira eleição direta após a ditadura, mas sua candidatura foi questionada pelos demais partidos e não foi aceita pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). As eleições acabaram sendo vencidas por Fernando Collor.
Em 2001, viveu um ano conturbado e de extrema exposição pública. Foi homenageado pela escola de samba Tradição, no carnaval carioca e, em agosto, viveu o sequestro da filha Patrícia e, na sequência, o dele próprio, que só terminou com a presença do então governador de São Paulo, Geraldo Alckmin.
Em 2010, enfrentou um rombo bilionário nas contas do Banco Panamericano, uma de suas empresas, que acabou tendo o controle vendido para o BTG.
Comunicador de talento e carisma inquestionáveis, Silvio Santos também se envolveu em polêmicas ao longo da carreira, desde o lobby junto aos generais da ditadura para conseguir as concessões dos canais de TV, até declarações discriminatórias nos últimos anos, em seu programa de auditório.
Silvio santos deixa a esposa Íris, duas filhas do primeiro casamento, quatro filhas do segundo casamento, além de netos e bisnetos.
NOTAS DE PESAR
Neste sábado o Brasil amanheceu mais triste com a notícia do falecimento de Silvio Santos, o maior comunicador da história, que tantos fins de semana nos fez sorrir e sonhar em frente à televisão com seus programas e bordões.
Ficarão na memória os momentos inesquecíveis proporcionados por este ídolo da televisão brasileira. Seu exemplo de trabalho e perseverança inspirou gerações de brasileiros, e sua ausência deixará uma lacuna insubstituível no coração de todos nós.
Meus pêsames à família, amigos e aos milhões de fãs por todo o Brasil.
Wanderlei Barbosa
Governador do Tocantins
O deputado federal Ricardo Ayres (Republicanos/TO) expressou seu pesar pelo falecimento de Silvio Santos, considerado o maior apresentador da história da televisão brasileira. A notícia da morte do ícone das comunicações causou grande comoção em todo o país, refletindo o impacto profundo de sua trajetória de mais de seis décadas na TV.
O apresentador morreu aos 93 anos, após 17 dias internado no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, em decorrência de uma gripe causada pelo vírus H1N1.
Em nota, Ricardo Ayres destacou a importância de Silvio Santos não apenas como comunicador, mas também como uma figura emblemática da cultura popular brasileira. “Silvio Santos não foi apenas um apresentador, mas um verdadeiro símbolo de alegria e carisma, presente em milhões de lares por gerações. Sua habilidade única de se conectar com o público, sua trajetória de sucesso e a forma como revolucionou a televisão brasileira são legados que jamais serão esquecidos,” afirmou o deputado.
Silvio Santos, cujo nome verdadeiro era Senor Abravanel, começou sua carreira no rádio antes de se tornar um dos empresários mais bem-sucedidos do Brasil, fundando o SBT (Sistema Brasileiro de Televisão). Seu estilo inconfundível e seu sorriso contagiante fizeram dele uma figura querida por todas as classes sociais, transformando suas atrações em momentos de união para as famílias brasileiras.
“É um dia triste para o Brasil. Silvio Santos deixará saudades não só como um grande comunicador, mas também como um exemplo de determinação, inovação e humanidade. Deixo aqui meus sentimentos à sua família e a todos os brasileiros que, como eu, cresceram acompanhando sua carreira brilhante”, concluiu Ricardo Ayres.