O vazamento de trechos do relatório da CPI da Covid resultou no adiamento da leitura e votação do documento do senador Renan Calheiros (MDB-AL). Conforme a jornalista Malu Gaspar, de O Globo, houve uma intensa discussão pelo WhatsApp entre os membros da comissão, e o mais indignado era o presidente Omar Aziz (PSD-AM), que teria acusado Renan de não cumprir o que promete, no caso, de ninguém ter acesso ao teor do relatório até a sua leitura na CPI, o que estava previsto para esta terça-feira, 19, com a votação na quarta, 20.
Votação só dia 26
Agora, segundo o site do jornal O Estado de S.Paulo, a leitura foi transferida para quarta e a votação somente ocorrerá no dia 26. O documento tem mais de mil páginas e será discutido numa reunião do G7 — grupo dos sete senadores que formam maioria na CPI — na noite desta segunda-feira, 18.
Três pontos de discórdia
Segundo Malu Gaspar, os senadores avaliam que Renan quer capitalizar politicamente o último momento de exposição na CPI, incluindo crimes que não se sustentam. Um temor, conforme a jornalista, é de que alguns trechos sirvam de desculpa para que o procurador-geral da República, Augusto Aras, arquive o relatório, alegando falta de substância. Eles querem que Calheiros modifique pelo menos três pontos do documento — o que aponta que o presidente Jair Bolsonaro cometeu o crime de homicídio qualificado, o de que o senador Flávio Bolsonaro teria cometido advocacia administrativa a favor do dono da Precisa Medicamentos e, por fim, nem todos os senadores do G7 concordam com a acusação de genocídio contra indígenas.