O ex-senador Vicentinho Alves (Progressistas) está empenhado na campanha para eleger o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no dia 30, na disputa contra o presidente Jair Bolsonaro (PL), para quem disse ter votado no segundo turno de 2018. Depois, por indicação da bancada do PL, partido do qual fazia parte, foi secretário nacional de Infraestrutura Turística, cargo em que ficou quase um ano, até pedir para sair em agosto do ano passado. “Me sentia muito desconfortável”, revelou ao quadro Conversa de Política.
FORMAÇÃO DE DEMOCRATA
Na entrevista, Vicentinho lembrou do início de sua vida pública, quando integrou o PDT de Leonel Brizola, partido pelo qual foi prefeito de Porto Nacional. “Minha formação é de um democrata, e o democrata, por essência, quer que o presidente respeite a democracia, respeite as instituições, tenha um olha mais social com relação às pessoas que mais precisam”, afirmou numa alfinetada em Bolsonaro, que vive às turras com a democracia e suas instituições.
35 MILHÕES COM FOME
O ex-senador ainda ressaltou na entrevista que, “neste exato momento, tem 35 milhões de brasileiros que não têm a felicidade que nós temos de comer”. “Passam fome. Eu não posso dizer com o meu voto que isso está certo”, avisou. “Tem 15 milhões de irmãos e irmãs brasileiros e brasileiras que não têm onde morar. Eu quero a volta do Minha Casa, Minha Vida. Não se construiu nenhum programa de moradia, não se preocupou tirar o Brasil do Mapa da Fome, como o Lula fez, e eu sou testemunha, como deputado federal”, acrescentou. “Essas coisas mexem com os meus sentimentos e é por isso que eu apoio Lula, e para ver se o Brasil volte a ter a credibilidade internacional. Importante, inclusive para os negócios.”
AGRO QUE RESPEITA DO QUE NÃO RESPEITA
Também produtor rural, Vicentinho disse que procura separar o agronegócio “que produz com responsabilidade social e ambiental desses que querem utilizar de uma bandeira nobre, que é o agro, que eu respeito e pelo qual tenho atenção toda especial, para praticar crimes ambiental e social”. Ele recordou ter votado “muitas matérias” no governo Lula, e que até se surpreendia com a quantidade, de negociação de dívida de produtor, dispensa de dívidas, plano safra, custeio, máquinas para atender as estradas vicinais, ferrovias com os portos secos para atender o escoamento da produção. “Colinas é um exemplo e Luzimangues, outro. Me chegou agora a notícia, estou checando, de que nem dinheiro, recursos para custeio, neste momento, os bancos oficiais não estão tendo. O agro pode ter a tranquilidade porque, no governo do presidente Lula, vai ser prestigiado no seu devido lugar”, garantiu.
RESPONSABILIDADE AMBIENTAL E SOCIAL
Segundo o ex-parlamentar, a única coisa que Lula vai acrescentar, e que disse ser favorável, como “qualquer pessoa racional”, é que se tenha responsabilidade ambiental e social. “Respeitar os trabalhadores que produzem riqueza e o meio ambiente que dá condição de se produzir essa riqueza”, afirmou.
VAI O TREM, MAS NÃO O VAGÃO
Apesar de a grande maioria dos políticos do Tocantins terem se engajado na campanha de Bolsonaro neste segundo turno, Vicentinho avisou que o Estado vai ampliar a votação de Lula, que teve 51% no primeiro turno. “Vai chegar próximo de 55%, porque às vezes vai o vagão, mas não vai o povo, porque é o povo que está sentindo na pele o que está ocorrendo”, defendeu.
Assista a íntegra da entrevista de Vicentinho Alves ao quadro Conversa de Política: