A IntervCenter realizou, na Unidade Hospital Unimed Palmas, TO, com muito sucesso, um procedimento chamado TAVI, que está revolucionando a área de cardiologia intervencionista no mundo. Com isto, estabeleceu e padronizou mais um importante procedimento, dando um significativo passo, que consolida sua maturidade na atuação em alta complexidade cardiológica.
O TAVI (do inglês Transcatheter Aortic Valve Implantation, que significa Implante Transcatéter de Válvula Aórtica), por ser minimamente invasivo, reduz os riscos, os traumas e as complicações pos–‐operatórias, quando comparado à cirurgia aberta, representando um avanço significativo para o tratamento da estenose aórtica.
A estenose é uma doença progressiva, que ocorre quando há calcificação da válvula aórtica o que faz com que ela não se abra corretamente, dificultando a saída de sangue do coração e a circulação sanguínea para os órgãos. “Sem a quantidade de sangue adequada para suprir as necessidades metabólicas do organismo, o paciente, habitualmente, apresenta os sintomas característicos da estenose, que são: falta de ar, tontura, desmaios e dor no peito”, descreve Andrés Sánchez, cardiologista intervencionista.
Resultados de estudos publicados e apresentados durante a sessão científica anual do American College of Cardiology (ACC) comprovaram que mesmo pacientes de baixo risco cirúrgico poderão se beneficiar do TAVI.
Até a chegada o TAVI, a única opção de tratamento era a cirurgia, mas muitos pacientes não podiam ser operados. “Como se trata de uma população mais idosa, há risco elevado para a troca de válvula por meio da cirurgia tradicional, pois, além da estenose, geralmente esse paciente apresenta fatores agravantes, como complicações ateroscleróticas, renais ou pulmonares”, relata Ibsen Trindade, cardiologista intervencionista.
O TAVI oferece vantagens que vão desde a possibilidade da realização de um procedimento minimamente invasivo até os resultados posteriores. Na maioria dos casos, o paciente é apenas sedado, não requer o uso de sonda vesical, não chega a ser entubado, nem precisa de ventilação mecânica.
A intervenção tradicional leva em torno de 4 horas, o período de internação hospitalar pode chegar a 10 dias e a recuperação pode ser mais difícil.
O TAVI é realizado em até 2 horas e tem um índice menor de complicações. O procedimento é menos invasivo e a recuperação é mais rápida. O paciente fica internado, em média, 24 horas e, ao sair do hospital, retorna mais cedo às suas atividades habituais.
TAVI no mundo
O primeiro procedimento TAVI foi realizado pelo médico Alan Cribier, na França, há 16 anos. De lá para cá, o procedimento tem sido realizado com resultados excelentes.
O implante de válvula aórtica se mostrou eficaz também para outro grupo populacional: pacientes com estenose aórtica com baixo risco cirúrgico. Em termos de mortalidade, os dados do TAVI demonstram melhores resultados que os da cirurgia ou se igualam a eles.