A cirurgia para inclusão de implantes mamários está entre as cirurgias plásticas mais realizadas no mundo, juntamente com a lipoaspiração. As indicações são várias, sendo as mais comuns: o aumento de volume da região mamária, correção de assimetrias mamárias e a correção de flacidez leve.
Com a popularização da cirurgia é natural que as dúvidas sobre o procedimento também sejam frequentes. Selecionei algumas das dúvidas mais comuns sobre implantes mamários que recebo durante as consultas.
Seguem:
1- Qual a chance de rejeição?
O termo rejeição é bem abrangente, podendo englobar a contratura capsular ou casos de extrusão dos implantes. A contratura capsular é quando a capsula que se forma ao redor dos implantes é muito espessa, podendo resultar em dor e deformação dos implantes. A sua incidência (1 a 8% nos estudos verificados) é bem variável a depender da fisiologia da paciente e do tipo/marca do implante escolhido. As causas mais frequentes de extrusão dos implantes são seroma e infecção. A incidência de extrusão é bastante rara na literatura (0,1%).
2- O tipo de implante que utilizarei é ”definitivo”?
Não existem implantes mamários definitivos ou eternos. Qualquer tipo de prótese mamária apresenta um desgaste natural com o tempo. Uma avaliação periódica é obrigatória para a determinação do melhor momento para a sua troca. A falsa afirmação de que existem implantes mamários definitivos é muito perigosa, pois gera uma falsa sensação de segurança nas pacientes que muitas vezes deixam de fazer a avaliação periódica.
3- O que ocorre se os implantes se romperem?
O gel de silicone utilizado nas principais marcas de implantes atualmente é altamente coesivo, o que significa que mesmo em caso de ruptura ele não se espalha pelo corpo. Este aspecto aumentou significativamente a segurança dos implantes.
4- Como é o pós-operatório?
O pós-operatório vai variar se a paciente foi submetida a mastoplastia de aumento sem a ressecção de pele ou se a cirurgia realizada foi a mastopexia (com ressecção de pele). Algumas restrições existirão inicialmente e a paciente gradativamente poderá voltar as atividades rotineiras. Muitas vezes pacientes que fazem a mesma cirurgia apresentam pós-operatórios diferentes, com algumas se recuperando mais rapidamente que outras. Em geral o retorno ao trabalho pode ocorrer de 10 a 20 dias e o retorno às atividades físicas de 30 a 45 dias.
5- Vou precisar trocar os implantes a cada 10 anos?
A orientação atual é de acompanhamento periódico, pelo menos a cada 2 anos. Assim cada paciente vai ter uma avaliação personalizada do melhor momento para a troca dos implantes. Com o exame físico e exames de imagem pode-se determinar o estado dos implantes, assim como qualquer sinal de contratura ou ruptura, por exemplo. Não penso que a troca a cada 10 anos seja a orientação mais adequada, pois assim corre-se o risco de trocar muito tarde para algumas pacientes ou de trocar sem necessidade para outras.