A secretária dos Povos Originários e Tradicionais, Narubia Werreria Karajá, reuniu-se no final de semana passado – 18 e 19 de março – com lideranças do povo Karajá durante a festa do Hetohoky, na Aldeia Santa Isabel do Morro, na Ilha do Bananal. Na ocasião, a pasta recebeu reivindicações sobre a necessidade dos indígenas assumirem o papel de protagonismo na atração de turistas ao Tocantins, com foco na valorização cultural e ambiental, para gerar não apenas emprego e renda, mas principalmente cidadania e preservação das tradições.
ETNOTURISMO
Durante o encontro foram levantadas demandas relacionadas a setores diversos. O desenvolvimento de projetos de etnoturismo na Ilha do Bananal foi pontuado como um eixo ligado a outras necessidades, como infraestrutura básica de saneamento e melhorias habitacionais, infraestrutura turística em lagos propícios à pesca esportiva, trilhas e acampamentos para pernoite dos visitantes, além de apoio e divulgação de eventos culturais e históricos e para a produção artesanal.
JÁ HÁ AÇÕES EM ANDAMENTO
O gestor público Marcos Miranda e o arquiteto Luiz Hildebrando, que representaram a Secretaria de Turismo, ressaltam que já há ações em desenvolvimento pela pasta e que deverão ter continuidade, incluindo novas capacitações para condutores de turismo indígenas e ajustes na organização das festas, em conformidade com as lideranças locais. A Secretaria de Cultura esteve representada pelo técnico Kenar Lima, da Gerência de Economia Criativa, que realizou levantamento da atividade artesanal.
HETOHOKY
O interesse em mostrar o Hetohoky (lê-se Retorrokã, que significa Casa Grande) aos turistas foi ressaltado pelo cacique da Aldeia Santa Isabel, Tuilá Silva Karajá, durante a reunião. O ritual, que marca a passagem dos meninos para a vida adulta, é apenas um dos eventos tradicionais do povo Iny (Inã), que inclui ainda os Javáe, também habitantes da Ilha do Bananal, e os Xambioá.
AVÁ CANOEIRO
Também vivem na Ilha os Avá Canoeiro e vale ressaltar que toda a área é um santuário ambiental preservado que guarda uma história pouco contada: além de ter abrigado uma base aérea com presença militar fixa, quase foi transformada em balneário pelo presidente Juscelino Kubitschek, que chegou a construir um hotel onde recebeu autoridades nacionais e internacionais. Após um incêndio, ficaram as ruínas da construção, localizada na Aldeia JK.