O advogado João Olinto Garcia de Oliveira se entregou à Polícia na noite dessa terça-feira, 27. Ele foi alvo da Operação Expurgo, da Polícia Civil, que investiga irregularidades no armazenamento de lixo hospitalar, teve prisão decretada e estava foragido desde o dia 12.
Ao se apresentar, Oliveira disse que estava “para as bandas de Dianópolis” e que a decisão de se entregar já tinha sido tomada antes mesmo da prisão de seu filho, o advogado Luiz Olinto, na noite de domingo, 25, acusado de obstruir as investigações da operação.
Oliveira contou que está convalescendo de uma “cirurgia grande de fígado e vesícula”. Ele disse que já retirou a sonda e bolsa coletora que vinha utilizando, mas que ainda usa uma faixa longa na região do abdômen, que mostrou ao juiz. O advogado afirmou sofrer de pressão alta e que não está sendo medicado.
O juiz Luis Otávio de Queiroz Fraz determinou que Oliveira seja recolhido também no Comando-Geral da Polícia Militar, por sua condição de advogado, como ocorreu com seu filho, Luiz Olinto.
Além dos advogados de Oliveira, Antonio Ianowich Filho e Harini Gabriela Gabriela Cecchin, a audiência de custódia contou com a participação de um representante da Comissão das Prerrogativas da Ordem dos Advogados do Brasil, Jander Araújo Rodrigues.
Entenda
João Olinto é pai do deputado estadual Olyntho Neto (PSDB) e apontado como sócio da Sancil Sanantônio Construtora e Incorporadora, contratada sem licitação pela Secretaria da Saúde do Tocantins (Sesau) para realizar serviços de coleta, transporte, tratamento e armazenagem de lixo hospitalar do Hospital Regional de Araguaína (HRA), com valores acima de R$ 500 mil mensais.
No dia 13, a PC flagrou 180 toneladas de lixo hospitalar armazenadas irregularmente num galpão do deputado Olyntho Neto no Distrito Agroindustrial de Araguaína (Daiara). A Secretaria Estadual da Saúde rescindiu o contrato com a empresa.
No sábado, 24, a PC descobriu mais lixo hospitalar enterrado numa fazenda da família Olinto em Wanderlândia, na região norte do Estado.
Na noite de domingo, o advogado Luiz Olinto, irmão de Olyntho Neto, foi preso acusado de obstruir as investigações.