O número de mortes no Tocantins por insuficiência respiratória e pneumonia aumentou 44,8% de 1º de janeiro até esta sexta-feira, 10, em relação ao mesmo período do ano passado, conforme dados dos Cartórios de Registro Civil do Brasil, centralizados no Portal da Transparência. Foram 181 óbitos neste período contra 125 em 2019. Essa informação gerou uma onda de especulação nas redes sociais do Estado, que relacionavam a alta com a pandemia da Covid-19. No entanto, quando os dados são analisados mais de perto, não é isso que se revela.
Dados esmiuçados
Os números foram esmiuçados pelos técnicos da Secretaria Estadual da Saúde, a pedido da Coluna do CT, e mostram que, apesar de ter ocorrido um aumento atípico de mortes insuficiência respiratória e pneumonia nos três primeiros meses de 2020, ele não têm qualquer relação com o novo coronavírus. Os técnicos avaliaram na nota enviada ao site que esses óbitos podem estar relacionados ao estado nutricional das vítimas, morbidades associadas (câncer de pulmão, infecções de vias aéreas, entre outras morbidades), uso de medicamentos, tabagismo, habitação, trabalho, idade, entre outros determinantes. “Estas informações não são disponíveis no sistema de Registro civil, não podendo fazer aferições, apenas suposições”, explicou a secretaria.
Dados discriminados
Porém, quando os dados mensais são discriminados fica evidente que o número de mortes por insuficiência respiratória e pneumonia, na verdade, tiveram alta até março e uma queda a partir da confirmação do primeiro caso de Covid-19 no Tocantins, no dia 18 do mês passado.
Queda em relação a fevereiro
Em janeiro foram registrados 75 óbitos por insuficiência respiratória e pneumonia contra 44 em 2019. Em fevereiro, o número foi ainda mais alto: 69 contra 37 no ano passado. Já em março ocorreu uma queda em relação ao mês anterior (60 contra 36 em 2019).
Queda brusca após 1º caso de Covid-19
O total, no entanto, despencou a partir do dia 18 de março, quando o primeiro caso do novo coronavírus foi confirmado em Palmas, até esta sexta-feira: no período foram 31 mortes por insuficiência respiratória e pneumonia contra 37 em 2019. “Em resumo, o mesmo padrão de mortalidade nesse período, não tendo ainda relação com epidemia de Covid-19”, concluíram os técnicos da Secretaria da Saúde.