Uma das defesas do ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, pela manutenção do edital de concessão BR-153 com prazos de duplicação desproporcionais entre o Tocantins e Goiás é que a primeira tentativa de leiloar o trecho fracassou justamente devido haver uma programação mais rígida. Além disso, o ministro sustenta que o edital no formato atual atrairia mais empresas. O documento desprestigia o trecho no Tocantins em relação aos prazos, com previsão de 69,8% das duplicações rodoviárias em Goiás concluídas em até dez anos, período em que o lado tocantinense terá apenas 25,75% das obras terminadas. O restante do trecho do Estado, 74,25%, será concluído após 20 anos da concessão.
Apesar da insistência do ministro nessas justificativas para privilegiar Goiás, o primeiro leilão mostra outra realidade. A primeira tentativa só não prosperou porque a vencedora do processo caiu na Operação Lava Jato e ficou sem o financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDS) para a execução do contrato.
Três interessadas
O edital da primeira tentativa de concessão previa a duplicação de todo o trecho de mais de 600 quilômetros entre Aliança do Tocantins e Anápolis (GO) em até cinco anos. Apesar do prazo mais curto que o previsto atualmente, o leilão recebeu três propostas, sendo elas da Galvão Engenharia (a vencedora), Triunfo Participações e o Consórcio Norte-Sul, este formado por Ecorodovias, Queiroz Galvão e Coimex Empreendimentos;