A Associação dos Produtores de Soja e Milho do Tocantins (Aprosoja) cobrou punição a qualquer ação de queimadas sem a devida autorização dos órgãos competentes em material enviado à imprensa nesta quarta-feira, 18. Desde 20 de julho, todas as autorizações ambientais para queima controlada no Tocantins estão suspensas, e novas emissões não serão feitas até 30 de outubro. Na prática, o uso do fogo está oficialmente proibido no Estado.
AGRICULTORES ESTÃO SENDO SEVERAMENTE IMPACTADOS POR INCÊNDIOS
A presidente da Aprosoja, Caroline Schneider Barcellos, destaca a gravidade da situação. “Além das perdas financeiras significativas, os agricultores do Tocantins estão sendo severamente impactados pelos incêndios, que devastam grandes áreas de cultivo, reduzem a fertilidade do solo e liberam poluentes prejudiciais à qualidade do ar e à saúde das pessoas nas proximidades. É importante que os responsáveis por essas ações irresponsáveis sejam identificados e punidos adequadamente”, afirma.
FOGO NÃO É DE INTERESSE DO PRODUTOR
Engenheiro agrônomo e produtor associado da Aprosoja, Paulo André Woicikoski enfatiza que o fogo não é de interesse para nenhum produtor rural. “O produtor rural luta com todas as forças para proteger sua propriedade dos incêndios, porque tudo que ele constrói no solo é sustentado pela palha. A palha é fundamental para a vida do solo. Queimar a palha é um grande erro, pois ela é crucial para a saúde do solo. Quando a palha se decompõe, fornece nutrientes essenciais para uma variedade de microorganismos que vivem no solo. Portanto, a presença de palha é vital para manter a fertilidade e a vitalidade do solo”, explica.
ELIMINA CAMADA PROTETORA E COMPROMETE SAÚDE DO SOLO
Paulo Woicikoski destaca ainda que o principal impacto dos incêndios criminosos é a desproteção do solo. “A palhada no solo atua como um ‘protetor solar’, protegendo o solo e os microorganismos das altas temperaturas. Sem essa proteção, o solo fica exposto e perde sua vitalidade. Além disso, a decomposição da palha oferece alimento aos microorganismos, promovendo uma vida mais rica e saudável no solo. Portanto, as queimadas não só eliminam essa camada protetora, como também comprometem a microbiota essencial para a saúde do solo. Para nós, que valorizamos a fertilidade e a sustentabilidade, as queimadas são inaceitáveis e nunca são bem-vindas”, enfatiza o agrônomo.