Dois pesquisadores da Universidade Federal do Tocantins (UFT) — o economista Waldecy Rodrigues e o cientista de dados David Nadler Prata — e um da Universidade de Brasília (UnB) — Paulo Bermejo — conseguiram emplacar um artigo na renomada revista científica americana Science of The Total Environment em que estudam a relação do clima com a expansão da Covid-19. Rodrigues e Prata falaram ao quadro Entrevista a Distância sobre as conclusões do trabalho e avisaram que estão produzindo outro artigo para continuar os estudos.
Não são tão protegidas
A conclusão do primeiro artigo é que existe, sim, uma relação entre a temperatura e a incidência do novo coronavírus, mas dentro de determinados limites. O número de casos da doença aumenta em regiões de clima mais temperado. “Mas também as regiões quentes não são tão protegidas assim, principalmente as regiões mais úmidas”, avisou Rodrigues.
Quentes e úmidas
O professor David Nadler Prata lembrou que os exemplos da grande expansão do vírus em Manaus e no Nordeste brasileiro mostram que não é verdade que a Covid-19 não sobrevive ao calor. “O comportamento do novo coronavírus não tem tantos problemas com a incidência em regiões mais quentes e úmidas”, ressaltou.
É praticamente anulado
Rodrigues completou que, realmente, em regiões mais quentes a tendência de avanço é menor, mas o fator umidade relativa do ar é muito interveniente. “Então, em regiões quentes, com alta umidade, esse comportamento de redução praticamente é anulado”, disse.
Mais resistentes, mas ocorrem
Já nas regiões quentes e secas são mais resistentes ao avanço do novo coronavírus. “Mas maior resiliência não quer dizer não ocorrência. Aí está Araguaína que não nos deixa mentir”, destacou o professor-doutor da UFT, em referência ao “boom” da Covid-19 na cidade tocantinense.
Até o dia 18, o acesso ao artigo, em inglês, está liberado no site da revista Science of The Total Environment.
Assista a seguir a íntegra da entrevista dos dois pesquisadores ao quadro Entrevista a Distância: