A Assembleia Legislativa do Tocantins (Aleto) promoveu na manhã de quinta-feira, 4, uma audiência pública para debater a escalada de casos de violência no ambiente escolar pelo Brasil e formas de evitar que o problema alcance o Estado. Além dos deputados estaduais, a discussão contou com a presença de educadores, membros do Poder Judiciário e do Ministério Público (MPE), servidores da Secretaria da Educação (Seduc) e representante de sindicatos.
SUGESTÕES
Durante o debate, ideias foram apresentadas enfatizando a importância dos pais acompanharem seus filhos, fornecendo suporte e vigilância; estarem atentos ao conteúdo que eles acessam na internet, bem como às suas atividades cotidianas na escola. Além disso, houve uma forte ênfase na necessidade de conscientização dos jovens sobre seus direitos e deveres. Também foram várias as sugestões no sentido de o Estado garantir seguranças armados, catracas e detectores de metais nas escolas. Entretanto, segundo participantes, tais medidas, por si só, não dão conta do problema da violência no ambiente escolar, já que a questão é sociocultural, sendo necessária a conscientização da comunidade escolar e da sociedade em geral sobre a ‘cultura de paz’.
COMITÊ PERMANENTE
A proposta de transformação do Comitê Gestor Intersetorial para o Combate à Violência em Ambiente Escolar em uma estrutura permanente para criação de políticas públicas foi apresentada pelo promotor regional da Educação, Benedicto Guedes. Já o titular da titular da Promotoria da Infância e Juventude da Capital, André Ricardo Carvalho, destacou que o MPE desenvolve um trabalho centrado na temática de que cabe aos pais, que são os naturalmente capazes e instituídos por lei, estabelecer formas para promover a educação dos filhos, ensinando-lhes o uso adequado da liberdade, de seus limites e das suas responsabilidades. A necessidade de melhorias na infraestrutura física e pedagógica escolar também foi pontuada
JUDICIÁRIO E SSP TEM ATUADO PARA EVITAR PROBLEMAS
O secretário estadual da Segurança Pública, Wladimir da Costa Neto, garantiu que as forças de segurança estão atuando e evitando atos de violência nas escolas. “O Estado está comprometido com a segurança nas escolas e em toda a sociedade”, afirmou. Para o juiz titular do Juizado Especial da Infância e Juventude, Adriano Gomes de Melo Oliveira, disse que o Tribunal de Justiça tem feito esforços para atender as demandas das escolas. “Se não fosse assim, já teríamos assistido a problemas seríssimos nas unidades escolares do Estado”, defende.
SEDUC AINDA VÊ FALHAS NAS INSTITUIÇÕES E COBRA UNIÃO
Superintendente da Educação Básica da Secretaria da Educação (Seduc), Celestina Maria Souza, afirmou que a indiferença é uma das piores violências na escola. “A culpa pelos problemas na educação é de uma rede de instituições, que não cumprem com suas responsabilidades; é preciso nos unir para que tenhamos uma escola melhor”, apontou.
BALANÇO DAS PROPOSTAS
Ao final da audiência, os deputados Eduardo Mantoan (PSDB) e Júnior Geo (PSC) ressaltaram que as propostas, soluções e alternativas debatidas serão reunidas em um documento e encaminhado aos órgãos competentes.