A aula inaugural deste semestre do curso de História da Universidade Federal do Tocantins (UFT), campus de Porto Nacional, acabou invadida por internautas, que tumultuaram a programação com vídeos contendo barulhos inaudíveis, gritos, xingamentos, palavras de baixo calão, uma homenagem ao presidente Jair Bolsonaro (PSL) e até pornografia. O evento era realizado de forma remota devido à pandemia da Covid-19. A coordenação da graduação emitiu uma nota de repúdio.
Tática de milícia digital
À frente da organização da conferência de abertura do semestre, o professor George Leonardo revelou que não foi a primeira vez que as ações do curso foram atacadas e afirma ser “impossível saber” a autoria da invasão. “Esta é a terceira conferência organizada por mim este ano que foi invadida. Geralmente estas invasões são orquestradas, grupo de 6 ou mais elementos entram e começam a bagunça, uma verdadeira ‘tática de milícia digital’”, disse à Coluna do CT.
Ataques forçaram uma mudança de planos
George Leonardo conta que os dois primeiros ataques foram contornados com a criação de uma sala restrita, mas lamenta a necessidade de alternativa. “Essa tática não é interessante, pois não cumprimos papel da universidade: levar o conhecimento para o maior número possível”, avaliou. Para realizar a aula inaugural do semestre, adiada devido à invasão, o professor conta que irá trocar a videoconferência por uma transmissão no YouTube. “Teremos uma menor interatividade, mas uma maior segurança”, conta.
Ignorância e violência temem a História
Coordenadora do curso de História, a professora Êça Pereira da Silva emitiu uma nota de repúdio à atuação dos vândalos. “A invasão de nosso evento mostra como a ignorância e a violência que tem vigorado no nosso País temem a História. Reorganizaremos nosso evento. O conhecimento, a ciência, a democracia, a verdade e a justiça prevalecerão sobre a ignorância, covardia e a violência”, discorre.
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