A Polícia Federal (PF) cumpre na manhã desta terça-feira, 30, seis mandados de busca e apreensão com objetivo validar declarações prestadas em colaborações premiadas que, em parte, se inserem no contexto do conjunto de investigações da Operação Ápia. A nova ação foi batizada de “Rumple” e está concentrada no Distrito Federal.
Lavagem de R$ 10 milhões
Conforme a PF, este desdobramento da Ápia apura o pagamento de vantagens indevidas para garantir o direcionamento de contratos e o desvio de recursos destinados a obras públicas no Tocantins, e tem como principal alvo o núcleo apontado como responsável pelo processo de lavagem dos recursos oriundos destes pagamentos indevidos, dissimulando sua origem e destinação através de sucessivas operações financeiras e supostas empresas de fachada. O valor dos pagamentos investigados, somente nas atuais frentes investigativas, ultrapassam R$ 10 milhões.
Corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa
Além da obtenção de novas provas, a Polícia Federal busca coibir a continuidade das supostas ações criminosas, delimitar a conduta dos investigados, identificar e recuperar ativos frutos dos desvios. Os investigados poderão responder, na medida de suas responsabilidades, pelos crimes de corrupção ativa, corrupção passiva, lavagem de dinheiro e participação em organização criminosa.
A Operação Ápia
Deflagrada ainda em 2016, a Ápia investiga um quadro amplo de desvio do dinheiro público por meio de fraudes em licitações em obras de pavimentação financiadas pelo Banco do Brasil (BB). Esta fase apura um prejuízo de mais de R$ 225 milhões. Entre os investigados estão nomes como o deputado estadual Eduardo Siqueira (DEM), os ex-governadores Sandoval Cardoso e Siqueira Campos e o ex-presidente da Agência de Transportes e Obras (Ageto) Kaká Nogueira. Recentemente, os autos do processo foram encaminhados para a Justiça Eleitoral.
Batismo
O nome da operação é uma referência ao personagem do conto de mesmo nome, também conhecido como Rumpelstiltskin, que transformava palha em ouro, em alusão às ações dos investigados.
Coronavírus
A Polícia Federal ressalta que, em razão da situação de pandemia da Covid-19, foi planejada uma logística especial de prevenção ao contágio, com distribuição de EPIs a todos os envolvidos na missão, a fim de preservar a saúde dos policiais, testemunhas, investigados e seus familiares.