O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado do Tocantins (Sindjor-TO) e a Federação Nacional do Jornalista (Fenaj) emitiram nota na noite desse sábado, 29, depois de uma série de fakes contra o diretor executivo da Coluna do CT, jornalista Cleber Toledo. É a segunda vez em menos de dois meses que o Sindjor se manifesta em função dos ataques sofridos pelo jornalista. A outra nota foi emitida no dia 8 de fevereiro. Agora houve uma escalada da violência virtual contra Toledo, que coincide com a cobertura da CCT sobre o desequilíbrio das contas do Estado e os consequente atrasos de pagamentos de serviços públicos que começam a ocorrer, entre outras críticas no campo jornalístico à atuação do governo Wanderlei Barbosa (Republicanos).
ATAQUE VIL
Na nota, o Sindjor e a Fenaj chamam de “ataque vil” as intimidações sofridas pelo jornalista Cleber Toledo no exercício de sua profissão. “Pelo tom da ameaça, de autoria de quem não respeita o Estado Democrático de Direito e a Liberdade de Expressão, pilares sagrados de uma nação livre. A entidade expressa seu repúdio à essa escalada de violência que atingiu um nível sem precedentes, comprometendo sua liberdade de atuação, sua segurança e a integridade de sua família”, afirmam as entidades de defesa do jornalismo.
TODA A CATEGORIA ESTÁ EXPOSTA
Para o Sindjor e a Fenaj, “é inaceitável que um profissional da imprensa precise restringir sua rotina e a de seus familiares devido a perseguições e ameaças”. “Ao intimidar um jornalista no exercício da sua profissão toda uma categoria está igualmente exposta”, dizem. “Exigimos que as autoridades de segurança pública tomem providências imediatas para garantir a segurança do jornalista e de sua família, assim como a de todos os profissionais de imprensa que atuam no Tocantins. Conclamamos ainda que as instâncias defensoras dos diretos difusos, das prerrogativas cidadãs tomem providências para assegurar o livre exercício da imprensa”.
ESCALADA DA VIOLÊNCIA VIRTUAL
A violência virtual contra o jornalista vem escalando nas últimas semanas, desde que Toledo criticou, ainda em janeiro, o abandono da região do Bico do Papagaio, que sofre os impactos da queda da ponte JK, entre Estreito (MA) e Aguiarnópolis (TO). Depois a CCT revelou os desequilíbrios das contas do Estado. Então, os ataques começaram a crescer, com postagens de textos, memes e vídeos, com tons cada vez mais agressivos, ameaçadores e difamatórios. “Não nada contra mim, então, apelam para fakes na tentativa de me difamar. Nunca a liberdade de imprensa e de expressão foi tão atacada no Tocantins nesses 20 anos de atuação do site como agora”, lamentou o jornalista.
FAMÍLIA SEM SAIR DE CASA
Ele contou que, em função dessa escalada das intimidações e violência virtual, está preocupado com a integridade física da sua família. “Pedi para que minha esposa e filhos só saiam de casa acompanhados e em caso de urgência. Recentemente tivemos o uso de forças policiais contra adversários, podem ocorrer agressões, enfim, a situação chegou a um ponto que tudo é possível, essa gente tem mostrado que é capaz de qualquer coisa”, disse. “Gostaria muito de agradecer aos companheiros e companheiras do Sindjor e Fenaj pela coragem, porque sei que não é fácil também para eles, diante das perseguições desenfreadas que estão ocorrendo à imprensa não alinhada, a prefeitos, gente do agro e até a deputados. Triste, muito triste tudo isso.”
O TOCANTINS PRECISA SER PRIORIDADE
Para Toledo, apesar de ser “o pior momento da imprensa do Estado, vai passar, a democracia e a Justiça vão vencer”. “Acredito muito nisso. E seguirei firme na minha obrigação profissional de denunciar maus feitos. Não recuo. O Tocantins precisa ser nossa prioridade, não podemos desistir dele por conta de pressão seja de uma quadrilha, ou de uma gente acusada de roubar comida de pobre, ou de arrebentar o sacrifício da sociedade para ajustar as contas públicas, ou de quem não tem envergadura para estar onde está. Eu não desisto. Eles vão para as páginas mais sujas de nossa história, que vamos virar logo, logo”, avisou.
Leia a íntegra da nota do Sindjor e Fenaj:
“NOTA PÚBLICA
O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado do Tocantins (Sindjor-TO) e a Federação Nacional do Jornalista (FENAJ) vêm a público manifestar sua solidariedade ao jornalista Cléber Toledo, pelo ataque vil e pelas intimidações sofridas pelo jornalista Cleber Toledo no exercício de sua profissão, pelo tom da ameaça, de autoria de quem não respeita o Estado Democrático de Direito e a Liberdade de Expressão, pilares sagrados de uma nação livre. A entidade expressa seu repúdio à essa escalada de violência que atingiu um nível sem precedentes, comprometendo sua liberdade de atuação, sua segurança e a integridade de sua família.
É inaceitável que um profissional da imprensa precise restringir sua rotina e a de seus familiares devido a perseguições e ameaças. Ao intimidar um jornalista no exercício da sua profissão toda uma categoria está igualmente exposta. O Sindjor-TO tem um compromisso inalienável com a defesa da liberdade de imprensa e do jornalismo independente, e assim procede por meio dessa nota pública.
Exigimos que as autoridades de segurança pública tomem providências imediatas para garantir a segurança do jornalista e de sua família, assim como a de todos os profissionais de imprensa que atuam no Tocantins.
Conclamamos ainda que as instâncias defensoras dos diretos difusos, das prerrogativas cidadãs tomem providências para assegurar o livre exercício da imprensa.
O Sindjor prima que a relação entre sociedade e imprensa seja sempre respeitosa e não de distanciamento e animosidade, devendo prevalecer a independência entre os entes envolvidos.
O Sindjor-TO também conclama as demais entidades de defesa da imprensa a se somarem nesta denúncia e cobrarem medidas eficazes contra este grave atentado à liberdade de expressão.
Não aceitaremos qualquer tentativa de intimidação contra a imprensa tocantinense. O jornalismo livre e independente não recuará.
Palmas, 29 de março de 2025.
Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado do Tocantins”